Trump encontra Xi Jinping, da China, para discutir possível trégua na guerra comercial

Trump encontra Xi Jinping, da China, para discutir possível trégua na guerra comercial

O encontro que ocorre na cidade portuária de Busan, no sul do país — o primeiro entre os dois líderes desde o retorno de Trump à presidência em janeiro — encerra a intensa viagem do presidente americano pela Ásia.

“Vamos ter uma reunião muito bem-sucedida, não tenho dúvida disso. Mas ele é um negociador muito duro”, disse Trump ao apertar a mão de Xi, acrescentando que os dois poderiam assinar um acordo comercial na quinta-feira.

Ao se sentarem com suas delegações para iniciar as conversas, Xi disse a Trump, por meio de um tradutor, que era normal que as duas maiores economias do mundo tivessem atritos de tempos em tempos. Há poucos dias, os negociadores comerciais de ambos os países chegaram a um “consenso fundamental sobre como lidar com as principais preocupações mútuas”, afirmou Xi. “Estou disposto a continuar trabalhando com o presidente Trump para construir uma base sólida para as relações China-EUA”, acrescentou.

A moeda chinesa, o yuan, subiu para seu nível mais alto em quase um ano em relação ao dólar, à medida que investidores passaram a apostar em uma redução das tensões comerciais que têm abalado o comércio global. Bolsas de valores em todo o mundo — de Wall Street a Tóquio — atingiram recordes nos últimos dias.

Durante o encontro, as ações chinesas subiram para o maior nível em uma década.

O índice de referência Shanghai Composite Index reverteu as perdas iniciais, subindo até 0,2%, para 4.025,70 pontos nas negociações da manhã, atingindo seu nível mais alto desde 2015, impulsionado pelas esperanças de uma redução nas tensões comerciais entre EUA e China.

Os setores bancário, de seguros e de bebidas alcoólicas lideraram os ganhos, embora o sentimento geral permanecesse cauteloso.

O Hang Seng Index, de Hong Kong, subiu 0,6% após retomar as negociações, interrompidas por um feriado na quarta-feira.

Trump tem reiteradamente se mostrado confiante quanto à possibilidade de chegar a um acordo com Xi durante o encontro, realizado paralelamente à cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), desde que negociadores de ambos os lados pareceram chegar a um entendimento em Kuala Lumpur, no domingo.

Mas, com os dois países cada vez mais dispostos a adotar uma postura rígida em áreas de competição econômica e geopolítica, muitas dúvidas permanecem sobre a duração de qualquer distensão comercial.

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A guerra comercial reacendeu neste mês depois que Pequim propôs ampliar drasticamente as restrições às exportações de minerais de terras raras, essenciais para tecnologias de ponta — um setor dominado pela China.

“OS DOIS GRANDES ESTARÃO SE REUNINDO EM BREVE”, publicou Trump na Truth Social pouco antes de pousar em Busan para encontrar Xi em uma base aérea da Força Aérea sul-coreana, no aeroporto de Gimhae.

EUA esperam que Pequim adie controles sobre terras raras

Após um intenso fim de semana de negociações entre os principais negociadores comerciais, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse esperar que Pequim adie por um ano as restrições às exportações de terras raras e retome a compra de soja americana — essencial para os agricultores dos EUA —, como parte de uma “estrutura substancial” a ser acordada entre os líderes.

Antes da cúpula, a China comprou suas primeiras cargas de soja americana em vários meses, informou a Reuters com exclusividade na quarta-feira.

A Casa Branca sinalizou que espera que a cúpula seja a primeira de várias entre Trump e Xi no próximo ano, incluindo possíveis visitas de líderes a ambos os países, o que indica um processo de negociação prolongado.

Mas Trump quer avanços rápidos nas conversas, que estão sendo acompanhadas de perto por empresas em todo o mundo.

Trump afirmou na quarta-feira que espera reduzir as tarifas americanas sobre produtos chineses em troca do compromisso de Pequim de conter o fluxo de precursores químicos usados na fabricação de fentanil — um opioide sintético mortal que é a principal causa de mortes por overdose nos Estados Unidos.

Trump também disse que pode assinar um acordo final com Xi sobre o TikTok, o aplicativo de mídia social que enfrenta uma proibição nos EUA caso seus proprietários chineses não vendam suas operações americanas.

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