OpenAI pagará US$ 38 bilhões para ter infraestrutura da Amazon na corrida pela IA

Assim, a startup continua sua ambiciosa campanha por mais potência computacional e de armazenamento, junto a provedores de nuvem, como a AWS, e fabricantes de chips, para garantir sua competitividade na corrida pela IA.

A OpenAI pretende a ser a primeira do setor a desenvolver um modelo de IA geral, conhecido como AGI (na sigla em inglês), que se iguale ao conjunto das capacidades intelectuais humanas.

“Desenvolver a IA mais avançada requer capacidades de cálculo muito grandes e confiáveis”, explicou o diretor da OpenAI, Sam Altman, em comunicado. “Nossa parceria com a AWS reforça o ecossistema que apoiará esta nova fase e tornará a IA avançada acessível para todos”.

A negociação fez subir as ações da Amazon na bolsa de Nova York, e também refletiu positivamente para a Nvidia, cujos chips serão utilizados nessa parceria (saiba mais abaixo).

Sam Altman, CEO da OpenAI — Foto: Yuichi YAMAZAKI / AFP

Possível bolha da IA

Na semana passada, Altman revelou que a OpenAI assumiu compromissos de U$ 1,4 trilhão (R$ 7,5 trilhões) com fornecedores de serviços na nuvem e da indústria de chips.

Esses contratos exigirão 30 gigawatts (GW) de eletricidade, o que equivale a mais de 2% da capacidade total instalada nos Estados Unidos no final de 2023, segundo dados da EIA, a agência de informação energética dos EUA.

Uma parte dos investidores mostra cada vez mais cautela diante do frenesi de compras da OpenAI.

Isso porque as receitas projetadas da empresa para este ano giram em torno de US$ 13 bilhões (R$ 69,7 bilhões), mas estima-se que ela não será lucrativa antes de 2029, conforme admitido pelo próprio Altman.

Questionado sobre o tema em um episódio do podcast “BG2 Pod” publicado na última sexta-feira (31), Altman demonstrou sinais de irritação e respondeu que a OpenAI gerará “muito mais” receitas do que essa estimativa.

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Como será o convênio com a AWS

O acordo com a AWS foi o primeiro desde que a OpenAI formalizou sua nova estrutura, na qual a empresa tem mais liberdade para se afastar de suas origens sem fins lucrativos e gerar benefícios para seus investidores.

O convênio com a AWS tem duração de sete anos e assegura à OpenAI disponibilidade adicional imediata na nuvem, com um lançamento completo antes do final de 2026.

A parceria anunciada baseia-se na colaboração existente entre as duas empresas, com os modelos mais abertos da OpenAI já disponíveis nos servidores da Amazon.

As infraestruturas de nuvem que a AWS colocará à disposição da empresa californiana serão baseadas principalmente em processadores do gigante Nvidia, os GPUs (Unidades de Processamento Gráfico), considerados os mais avançados do mercado.

Elas não serão utilizadas apenas para trabalhos nos novos modelos da OpenAI, mas também para operar o ChatGPT e gerenciar as solicitações dos mais de 800 milhões de usuários semanais da plataforma, especificou a companhia.

A OpenAI opta pelos chips da Nvidia, em vez dos desenvolvidos pela AWS, que, segundo especialistas, atingiram níveis de desempenho agora próximos aos GPUs da líder mundial do setor.

Parceira privilegiada da OpenAI, da qual controla 27% do capital após ter investido mais de US$ 13 bilhões (R$ 69,7 bilhões), a Microsoft aceitou há alguns meses a ideia de que a startup de São Francisco busque capacidades de nuvem em outros lugares.

Isso mostra que a Microsoft, embora também forneça serviços de nuvem, já não consegue atender toda a demanda de seus clientes em termos de armazenamento e processamento de dados.

O que é nuvem?

Toda empresa que trabalha com processamento de dados precisa de computadores para armazenar informações, arquivos e softwares.

Esses computadores, que geralmente são grandes equipamentos com alta capacidade, podem ser mantidos pela própria empresa em sua sede ou em outro lugar.

Como isso custa caro e exige manutenção constante, as empresas optam por terceirizar essa estrutura e contratam companhias com maior capacidade de manter esses supercomputadores, como AWS, Azure, Google Cloud, Oracle e IBM.

Nuvem é o nome dado ao serviço que permite transferir, guardar e processar dados em outros lugares, usando a internet. Pessoas também usam serviços na nuvem ao salvarem fotos no Google Fotos e no iCloud, da Apple, ou ao rodar jogos online, sem baixar e instalar programas, por exemplo.

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