O alerta surge antes da reunião anual de 6 de novembro, em meio a críticas recorrentes ao conselho da Tesla por não atuar plenamente no interesse dos acionistas.
Segundo Denholm, o plano de remuneração baseado em desempenho foi elaborado para reter e incentivar Musk a continuar à frente da Tesla por pelo menos mais sete anos e meio.
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A presidente do conselho descreveu a liderança de Musk como “fundamental” para o sucesso da Tesla e alertou que, sem um plano que o motive adequadamente, a empresa poderia perder seu “tempo, talento e visão”.
Ela acrescentou que o papel de Musk é crucial enquanto a Tesla busca se tornar líder global em inteligência artificial e tecnologia de direção autônoma.
Denholm descreveu o pacote como essencial para alinhar os incentivos de Musk com o valor para os acionistas e o crescimento de longo prazo, e incentivou os investidores a reeleger três diretores veteranos que têm trabalhado de perto com ele.
Maior pagamento da história corporativa
Para isso, a capitalização da companhia — valor total de uma empresa na bolsa de valores — teria de crescer quase oito vezes, ou US$ 7,5 trilhões (cerca de R$ 40 trilhões), nos próximos dez anos.
De acordo com o fechamento da ação na sexta-feira (24), cada papel da Tesla na bolsa americana está cotado a US$ 433,72 (cerca de R$ 2.333). A montadora é avaliada em US$ 1,49 trilhão.
Se concretizado, o pacote ampliaria significativamente o poder de voto de Musk, hoje com cerca de 13% de participação na Tesla, acirrando o debate sobre governança e sucessão na empresa.
Atualmente, Musk não recebe salário como CEO da Tesla. Sua remuneração está atrelada a metas de desempenho, como preço das ações, lucratividade, produção e valor de mercado da empresa.
Em setembro, o papa Leão XIV criticou os bônus salariais oferecidos a executivos de grandes empresas, muito mais alto que o pagamento aos funcionários. Ele citou a proposta da Tesla.
“Ontem (saiu) a notícia de que Elon Musk será o primeiro trilionário do mundo”, disse o papa. “O que isso significa e do que se trata? Se essa é a única coisa que ainda tem valor, então estamos em apuros.”
A declaração foi dada em entrevista realizada no final de julho para uma biografia que será publicada em breve, segundo a agência Reuters, e divulgada neste domingo (14) pelo Vaticano.
O religioso comparou a situação de empresas nos anos 1960. Segundo ele, os presidentes ganhavam naquela época cerca de quatro a seis vezes mais do que os funcionários. Agora, disse o papa, esse ganho está em 600 vezes mais.
Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), da SpaceX e da Tesla — Foto: Reuters/Tingshu Wang