Moraes vê erros em escolta de Bolsonaro ao hospital e cobra ‘padronização’ nos trajetos

Moraes vê erros em escolta de Bolsonaro ao hospital e cobra ‘padronização’ nos trajetos


Bolsonaro deixa hospital após procedimento para retirar lesões da pele
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu nesta quarta-feira (17) que apenas a Polícia Federal e a Polícia Penal do Distrito Federal deverão atuar na escolta do ex-presidente Jair Bolsonaro, nos trajetos de saída e retorno para a prisão domiciliar.
Desde o último domingo (14), Bolsonaro deixou a casa alugada no condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, duas vezes para ir ao hospital particular DF Star:
uma no domingo, previamente informada e autorizada por Moraes, para exames e procedimentos médicos;
uma nesta terça (16), com urgência e sem aviso prévio, após uma crise de vômitos e pressão baixa – a alta médica só foi dada nesta quarta, após uma noite de internação.
Moraes, no entanto, identificou erros de conduta na escolta do domingo – incluindo um período de seis minutos no qual, ao sair do hospital, Bolsonaro ficou parado em frente ao prédio sendo ovacionado por apoiadores.
Moraes manda policiais explicarem demora na volta de Bolsonaro à prisão domiciliar
Na decisão desta quarta, o ministro determinou que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) não deve participar das escoltas do ex-presidente.
A função, segundo Moraes, deve ficar restrita à Polícia Penal do DF e à Polícia Federal.
Moraes justifica a decisão por uma “necessidade de padronização dos deslocamentos, da segurança do custodiado e da garantia da ordem pública”.
“[…] para se evitar os problemas ocorridos no último Domingo, onde (a) o desembarque e embarque foram realizados em local errado, ao ar livre e mediante diversas pessoas, (b) o custodiado permaneceu por longo tempo “assistindo” uma improvisada entrevista coletiva de seu médico”, descreveu Moraes.
“Em virtude da situação atual do custodiado, em regime de prisão domiciliar com plena segurança realizada pela Polícia Penal e Polícia Federal, não há necessidade da manutenção do GSI para realização de eventuais deslocamentos”, emendou.
Bolsonaro deixa hospital após procedimento para retirar lesões da pela
Jorge Sant’Ana/TV Globo
GSI nega ter atuado nos trajetos
Em nota ao g1, o Gabinete de Segurança Institucional afirmou que “não realiza a segurança de ex-Presidentes, incluindo o senhor Jair Messias Bolsonaro”.
“Os servidores à disposição dos ex-Presidentes são de livre indicação dos mesmos e não estão subordinados nem vinculados administrativamente ao GSI”, diz o órgão.
Ainda na nota, o GSI afirmou que “oferece a capacitação e a avaliação de servidores e de condutores de veículos, que integram a segurança dos ex-Presidentes da República”.
Por que Bolsonaro demorou a voltar?
Antes de tomar a decisão, Moraes chegou a questionar a Polícia Penal do DF sobre a “demora” para que Bolsonaro entrasse no veículo e voltasse para casa na saída do DF Star, no domingo.
Em resposta, a Polícia Penal do DF afirmou que “se deparou com um número muito grande de populares bem próximo à viatura que o alvo iria embarcar.”
“Em decorrência do grande número de apoiadores, bem como o risco iminente de eventual desordem, os policiais optaram em não dar comando verbal ou usar a força necessária para que o monitorado embarcasse imediatamente”, diz outro trecho do documento.
O questionamento de Moraes à Polícia Penal foi feito na segunda, entre as duas idas de Bolsonaro ao hospital.
Na chegada ao DFStar, na terça (16), e após a alta médica nesta quarta (17), Bolsonaro desembarcou e embarcou ainda na garagem do hospital – e não fez qualquer aparição pública.
Como se proteger do câncer que afetou Bolsonaro?
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

Postagens relacionadas

Motta diz que projeto de anistia não apaga ‘passado’, mas reconcilia o presente e constrói o futuro

Motta pauta votação de urgência de projeto de anistia nesta quarta

Expectativa na Câmara é que anistia reduza penas, mas não reverta condenações