Quem é Friedrich Merz, chanceler alemão que disse que país ficou contente de deixar Belém
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne, neste sábado (22), com o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz. O ministro alemão é o mesmo que virou assunto no Brasil após uma fala polêmica com críticas a Belém, sede da COP30.
O encontro será às margens da 20ª edição da cúpula de chefes de Estado e governo do G20, que ocorre neste final de semana em Joanesburgo, na África do Sul.
🌍 O G20 reúne representantes de 19 países e da União Europeia, nações que representam cerca de 80% da economia global. A edição do ano passado foi presidida pelo Brasil e o Rio de Janeiro foi a sede da cúpula do grupo.
Segundo o governo brasileiro, a edição deste ano do G20 vai discutir minerais críticos pela primeira vez.
🔎 Os minerais críticos são recursos de importância estratégica para a economia. São essenciais para a fabricação de baterias, turbinas eólicas, painéis solares e eletrônicos.
Foto mostra Lula e chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, em evento preparatório para a COP30, em Belém, em 7 de novembro de 2025
Reuters/Anderson Coelho
Chanceler alemão
Na semana passada, Merz afirmou que a comitiva alemã na COP30 ficou contente em deixar Belém, no Pará, e voltar ao país europeu.
Após elogiar a Alemanha como “um dos países mais bonitos do mundo” durante um discurso em um evento em Berlim na semana passada, o chanceler acrescentou:
“Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: ‘Quem de vocês gostaria de ficar aqui?’ Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha, na noite de sexta para sábado, especialmente daquele lugar onde estávamos”.
A fala causou mal-estar no Brasil e foi também criticada na Alemanha. O próprio presidente Lula rebateu, dizendo que Merz deveria ter aproveitado a cultura e a culinária paraenses durante a visita ao Brasil.
Friedrich Merz não pretende se desculpar pela declaração sobre Belém e não vê nenhum dano às relações diplomáticas entre a Alemanha e o Brasil, segundo o porta-voz do governo, Stefan Kornelius, em coletiva na quarta-feira (19).
A fala de Kornelius, no entanto, contradisse a interpretação de que o premiê teria expressado “desagrado” ou até mesmo “repulsa” por Belém. Ao mesmo tempo, o porta-voz afirmou que a fala de Merz foi tirada de contexto.
Cúpula de líderes do G20
A 20ª edição da cúpula de chefes de Estado e governo do G20 ocorre nestes sábado (22) e domingo (23). Segundo o governo brasileiro, a edição deste ano do G20 vai discutir agenda econômica, mudança do clima, transição energética, minerais críticos e trabalho decente.
O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Philip Fox-Drummond Gough, afirmou que a programação do encontro na África do Sul prevê três reuniões temáticas, duas no sábado e uma no domingo, com os seguintes temas:
Crescimento econômico sustentável, com abordagem no financiamento ao desenvolvimento, comércio e dívidas públicas
“Mundo resiliente”, dedicada à mudança do clima, redução de riscos de desastres, segurança alimentar e transição energética
“Futuro Justo e Equitativo para Todos”, com foco nos minerais críticos, trabalho decente e inteligência artificial
Conforme o governo brasileiro, a principal entrega do encontro será a Declaração de Líderes, que está em negociação. Entre os avanços já consolidados ao longo da presidência sul-africana, o embaixador destacou o pioneirismo no tema dos minerais estratégicos.
Conforme o governo brasileiro, a principal entrega do encontro será a Declaração de Líderes, que está em negociação. Entre os avanços já consolidados ao longo da presidência sul-africana, o embaixador destacou o pioneirismo no tema dos minerais estratégicos.
“É a primeira vez que o G20 consegue um documento sobre minerais críticos, reforçando a ideia de que os países devem buscar o beneficiamento de minerais na origem”, afirmou.
Lula encontra neste sábado, às margens do G20, chanceler alemão que criticou Belém
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