Ibovespa fecha aos 161 mil pontos pela primeira vez na história; dólar cai | G1

Os investidores direcionaram a atenção aos números da indústria brasileira em outubro e às expectativas de corte de juros nos EUA. As disputas entre o governo e o Congresso, e as declarações recentes do presidente do Banco Central também foram avaliadas.

▶️ O IBGE mostrou que a produção industrial veio pior do que o esperado em outubro. O setor cresceu apenas 0,1% frente a setembro, contra uma expectativa de alta de 0,4%. Na comparação anual, houve queda de 0,5%, contrariando a projeção de avanço de 0,2%. (Veja mais abaixo)

O episódio reforça o desalinho entre o Planalto e as Casas Legislativas, o que pode comprometer a arrumação das contas públicas para o ano que vem.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:

💲Dólar

  • Acumulado da semana: -0,10%;
  • Acumulado do mês: -0,10%;
  • Acumulado do ano: -13,75%.

📈Ibovespa

  • Acumulado da semana: +1,27%;
  • Acumulado do mês: +1,27%;
  • Acumulado do ano: +33,93%.

Produção industrial

A indústria brasileira cresceu menos do que o previsto em outubro, encerrando o ano sem sinais de uma retomada consistente, em meio a desafios internos e incertezas na economia global.

Segundo o IBGE, a produção industrial avançou apenas 0,1% em relação a setembro, resultado inferior à projeção de alta de 0,4% feita por analistas. Na comparação com outubro do ano passado, houve queda de 0,5%, contrariando a expectativa de alta de 0,2%.

Com isso, o setor permanece 14,8% abaixo do recorde alcançado em maio de 2011.

Entre os fatores que pesam sobre a indústria está a taxa básica de juros (Selic), que permanece em 15% ao ano, encarecendo o crédito e desestimulando investimentos.

Apesar disso, fatores como mercado de trabalho aquecido, aumento da renda e exportações para a Argentina ajudam a compensar parte dos efeitos dos juros, segundo André Macedo, gerente da pesquisa.

O cenário externo também pesa sobre o setor, especialmente após a imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros em agosto.

“O resultado de outubro reforça a acomodação do crescimento, já que a indústria é a mais afetada pelo tarifaço americano”, explica André Valério, economista do Inter.

Dos 25 ramos pesquisados pelo IBGE, 12 registraram crescimento em outubro. O destaque foi o setor extrativo, que avançou 3,6%, impulsionado pela maior produção de petróleo, minério de ferro e gás natural, recuperando perdas recentes.

Também cresceram os setores de alimentos (0,9%), veículos (2%) e produtos químicos (1,3%). Entre as quedas, coque e derivados do petróleo (-3,9%) e produtos farmacêuticos (-10,8%) exerceram os maiores pesos, influenciados por paralisações e menor produção de medicamentos.

Por categoria, os bens de consumo duráveis subiram 2,7%, enquanto bens de capital e bens de consumo semi e não duráveis avançaram 1,0% cada. Os bens intermediários, por sua vez, recuaram 0,8%.

Bolsas globais

Nos EUA, os três principais índices de Wall Street também encerraram em alta nesta terça-feira, impulsionados por ações de tecnologia, enquanto investidores aguardam dados importantes de inflação que serão divulgados na sexta-feira.

O Dow Jones avançou 0,39%, aos 47.474,46 pontos. O S&P 500 subiu 0,25%, para 6.829,37 pontos, enquanto o Nasdaq ganhou 0,59%, aos 23.413,67 pontos.

As bolsas europeias fecharam sem direção única, refletindo dados de inflação do bloco e notícias corporativas, enquanto as negociações de paz na Ucrânia seguem no radar.

O destaque foi a forte alta das ações da Bayer, após apoio do governo dos EUA em um recurso judicial sobre seu herbicida Roundup, o que impulsionou o índice alemão.

No fechamento, o STOXX 600 ficou praticamente estável (+0,04%), aos 575,50 pontos. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,01%, para 9.701,80 pontos. Em Frankfurt, o DAX subiu 0,51%, aos 23.710,86 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, caiu 0,28%, para 8.074,61 pontos.

Já os mercados asiáticos tiveram desempenho misto. As bolsas da China caíram, com investidores cautelosos antes de reuniões que definirão metas econômicas para o próximo ano, enquanto Hong Kong registrou leve alta.

No fechamento: em Xangai, o índice SSEC caiu 0,42%, para 3.897 pontos, e o CSI300 recuou 0,48%, a 4.554 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 0,24%, para 26.095 pontos.

Já em outros mercados, o Nikkei ficou estável, a 49.303 pontos; o Kospi, em Seul, avançou 1,90%, para 3.994 pontos; o Taiex, em Taiwan, ganhou 0,81%, a 27.564 pontos; e o Straits Times, em Cingapura, subiu 0,24%, para 4.536 pontos.

Dólar — Foto: Karolina Grabowska/Pexels

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