O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (8) que as falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm “grau de incerteza”, e que Brasil não pode considerar tudo o que está sendo dito no sentido de garantir manutenção de acordo bilateral com o país.
“Tem um grau de incerteza nas falas que precisam ser avaliadas com o tempo. Os prazos estão sendo prorrogados, têm muitas idas e vindas, nós temos que aguardar”, afirmou Haddad.
“Tem uma equipe do presidente Lula sentada à mesa com o governo americano tratando do nosso acordo bilateral. Então, estamos focando no trabalho técnico feito por eles, porque se considerar tudo que está sendo dito, nós vamos nos perder num discurso que pode não conduzir para o melhor resultado para os dois países”, prosseguiu.
Haddad também defendeu as parcerias firmadas pelo Brasil ao redor do mundo.
“O Brasil não tem relação só com os Brics, é com o mundo inteiro. Estamos fechando acordo com a União Europeia, vários acordos bilaterais com o Oriente Médio”, listou.
“Nós não podemos, pela escala da economia brasileira, prescindir dessas parcerias, nos não podemos tornar apêndice de um bloco “, acrescentou.
Haddad deu declaração à imprensa na entrada do Ministério da Fazenda.
Haddad durante discurso no lançamento do Plano Safra para agricultura familiar — Foto: Reprodução/Canal Gov
Decisão sobre o IOF
Haddad já tinha comentado que a decisão de Moraes é “ótima” para o Brasil. Agora, afirmou que documentos técnicos estão sendo preparados para comprovar para o ministro, relator da ação, a estratégia do governo que, segundo Haddad, é de evitar, entre outras coisas, a evasão fiscal.
“Nós atingimos patamares absurdos: R$ 800 bilhões que estão favorecendo determinados grupos econômicos em determinado do empresariado nacional”, ponderou o ministro.
“Toda vez que você favorece um grupo econômico, você compromete as metas fiscais, a taxa de juros fica alta, prejudica o país inteiro. Qual é o sentido?”, questionou Haddad.
Trump anuncia novas tarifas a 14 países que têm até o dia 1º de agosto pra fechar um acordo bilateral
Guerra comercial
O presidente norte-americano Donald Trump vem travando uma guerra comercial global, impondo tarifas a alguns países, incluindo o Brasil, o chamado “tarifaço”.