Haddad acredita em

Haddad acredita em

A fala ocorre em um momento em que o governo tenta garantir ao menos parte da arrecadação prevista na MP, após o texto ter sido desidratado durante as negociações com o Congresso.

“O debate acontece, é acalorado, mas no fim do dia a gente [governo e Congresso Nacional] chega a um denominador comum”, disse Haddad, em entrevista ao programa ‘Bom dia, Ministro’, da EBC.

Entenda o que fica valendo com a decisão sobre o IOF

Além disso, tentar evitar uma restrição maior de gastos. A previsão inicial era de arrecadar R$ 21 bilhões no próximo ano.

“Eu tenho visto muita boa vontade, inclusive, estão dizendo: ‘A oposição vai sabotar o Brasil. O Tarcísio veio para sabotar o Brasil’. Sabotar o Brasil pra que? Quem vai ganhar com isso? O que nós estamos fazendo é mostrando que tem privilégios tributários que não fazem mais sentido. E quando um privilégio tributário não faz sentido, ele tem que ser cortado, porque está fazendo falta para alguém que está precisando mais do que aquele empresário”, afirmou.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista no Hotel Brasília Palace, em 3 de junho de 2025. — Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Haddad também disse não acreditar que a Medida Provisória irá “caducar”, ou seja, perder a validade.

“Dependemos de votos, vamos contar votos lá [no Congresso]. Quando vai para uma mesa de negociação, se faz um balanço de ganhos e perdas para ver se convém avançar. Estou confiante que vamos chegar a uma equação para chegar a um orçamento adequado no ano que vem. Já fomos surpreendidos e tivemos condições de superar buscando alternativas. Não sei se vai ser o caso, penso que conversa esta bem encaminhada”, disse o ministro.

A área econômica do governo tem dito, até o momento, que conta com a arrecadação da MP para atingir a meta fiscal — algo considerado difícil pelo mercado — em um superávit de 0,25% do PIB, cerca de R$ 31 bilhões, para o ano de 2026 (com intervalo de tolerância).

Isso tende a gerar um cenário de forte restrições de gastos em um ano eleitoral.

➡️Se a Medida Provisória for derrubada, toda, ou em partes, a equipe econômica terá de fazer ajustes no orçamento, antes de sua aprovação pelo Legislativo, para compensar a perda de recursos e tentar atingir a meta fiscal.

Reunião com Motta

A MP foi editada depois do desgaste político criado por um decreto presidencial, que elevou o IOF em diversas transações financeiras.

O governo então revogou parte da medida no mesmo dia, mantendo a cobrança apenas em algumas operações, e se comprometeu a apresentar uma alternativa.

Mas agora é essa MP alternativa que está em risco. Se não for votada até a quarta-feira (8), perderá a validade. O Congresso continua descontente com a medida. Setores do parlamento são contrários às taxações previstas no texto.

O governo defende que a MP seja votada de qualquer forma, mesmo que em versão reduzida, para preservar parte da previsão de receita no Orçamento de 2026.

  • Aumento da alíquota sobre apostas esportivas de 12% para 18%;
  • Tributação de criptoativos;
  • Uniformização da alíquota de IR sobre aplicações financeiras (17,5%);
  • Alíquota de CSLL para instituições financeiras entre 15% e 20%;
  • Corte de 10% em gastos tributários;
  • Regras mais rígidas para compensações de crédito tributário.

Originalmente o texto trazia também a taxação da Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Letra de Crédito Agropecuário (LCA) e Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD), que hoje são isentas. O relator, Carlos Zarattini (PT-SP), tirou essa parte da MP.

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