EUA intercepta mais um petroleiro da Venezuela: Entenda a ação | G1

EUA intercepta mais um petroleiro da Venezuela: Entenda a ação | G1

A medida, informada inicialmente pelas agências Associated Press e Reuters, foi confirmada pelo departamento de Segurança Interna dos EUA em um post nas redes sociais.

O governo da Venezuela ainda não comentou a ação norte-americana.

O navio esteva atracado antes da apreensão em um porto venezuelano, segundo Kristi Noem, secretária da Segurança Interna dos EUA.

“Os Estados Unidos continuarão a combater a movimentação ilícita de petróleo sob sanções, usada para financiar o narcoterrorismo na região”, escreveu Noem no X.

Ela acrescentou que a Guarda Costeira dos EUA interceptou a embarcação antes do amanhecer, com apoio do Pentágono. O “The New York Times” diz que o petroleiro apreendido tem bandeira panamenha.

Os oficiais citados pela AP e Reuters não estavam autorizados a discutir publicamente a operação militar e falaram sob condição de anonimato.

Um deles descreveu a ação para a Associated Press como um “embarque consentido”, com o petroleiro parando voluntariamente e permitindo que as forças americanas abordassem o navio.

Alguns petroleiros sancionados já estão desviando da Venezuela. Desde a primeira apreensão, a exportação de petróleo da Venezuela caiu drasticamente.

Por que os navios estão sendo apreendidos?

A Venezuela concentra a maior reserva comprovada de petróleo do planeta, com capacidade de aproximadamente 303 bilhões de barris — ou 17% do volume conhecido —, segundo a Energy Information Administration (EIA), órgão oficial de estatísticas energéticas dos EUA.

Esse volume coloca o país à frente de gigantes como Arábia Saudita (267 bilhões) e Irã (209 bilhões), com ampla margem. Grande parte do petróleo venezuelano, porém, é extra-pesado, o que exige tecnologia sofisticada e investimentos elevados para extração.

🔎 Na prática, o potencial é enorme, mas segue subaproveitado devido à infraestrutura precária e às sanções internacionais que limitam operações e acesso a capital.

Há um claro interesse dos EUA. Segundo a EIA, o petróleo pesado da Venezuela “é bem adequado às refinarias norte-americanas, especialmente às localizadas ao longo da Costa do Golfo”.

Nesse contexto, o republicano atinge dois objetivos simultaneamente: ao buscar favorecer a economia dos EUA, também pressiona a produção e as exportações de petróleo da Venezuela — setor central para a economia do país e para a sustentação do governo de Nicolás Maduro.

Desde que os Estados Unidos impuseram sanções ao setor de energia da Venezuela, em 2019, comerciantes e refinarias que compram petróleo venezuelano passaram a recorrer a uma “frota fantasma” de navios-tanque, que ocultam sua localização, e a embarcações sancionadas por transportar petróleo do Irã ou da Rússia.

A China é a maior compradora do petróleo bruto venezuelano, que responde por cerca de 4% de suas importações. Em dezembro, os embarques devem alcançar uma média de mais de 600 mil barris por dia, segundo analistas consultados pela Reuters.

Por enquanto, o mercado de petróleo está bem abastecido, e há milhões de barris em navios-tanque ao largo da costa da China aguardando para serem descarregados.

Se o embargo permanecer em vigor por algum tempo, a perda de quase um milhão de barris por dia na oferta de petróleo bruto tende a pressionar os preços do petróleo para cima.

O ataque a petroleiros ocorre enquanto Trump ordenou ao Departamento de Defesa que realizasse uma série de ataques contra embarcações no Caribe e no Oceano Pacífico que sua administração alega estarem contrabandeando fentanil e outras drogas ilegais para os Estados Unidos e além.

Pelo menos 104 pessoas foram mortas em 28 ataques conhecidos desde o início de setembro.

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