Enquanto PF mira na grande devedora Refit, Câmara não vota projeto de combate ao devedor contumaz

Enquanto a Polícia Federal, o governo de São Paulo e a Receita Federal miram num gigantesco esquema de fraude da Refit — que causou um prejuízo de R$ 26 bilhões para São Paulo, Rio e União — a Câmara dos Deputados simplesmente não coloca para votar o projeto de combate ao devedor contumaz, condição na qual se enquadra a antiga refinaria de Manguinhos. E por pressão de líderes do Centrão.
A medida visa acabar com o esquema de empresas como a Refit, que são devedoras profissionais e prejudicam os empresários honestos do setor.
Empresas do setor de combustíveis pedem a votação do projeto para combater a concorrência desleal dessas empresas que nunca pagam seus impostos, podendo vender combustíveis a preços mais baixos.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), alega que já aprovou a urgência para votação, mas até hoje não designou relator e não demonstra pressa em pautar o projeto
Megaoperação contra sonegação de impostos e lavagem de dinheiro mira o Grupo Refit
Reservadamente, deputados acusam líderes do Centrão, com ligação com empresários como Ricardo Magro, dono da Refit, de travarem a votação, que já passou pelo Senado.
Se o projeto fosse colocado em votação, ele teria maioria para aprovação. Levantamento feito pelo jornal “O Estado de S. Paulo” mostra que a maioria dos deputados é a favor da proposta, que visa desmontar o esquema de contribuintes que deixam de pagar seus impostos de forma repetida, deliberada e intencional.
Esse modelo muito usado no setor de combustíveis, que foi alvo da Operação Carbono Oculto da Polícia Federal e governo de São Paulo.
O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos-RJ), apoia o projeto do governo. Recentemente, porém, o estado do Rio de Janeiro foi na direção contrária. Tentou garantir a reabertura da Refit, bloqueada pela Operação Carbono Oculto.
Sede da Refit, em Benfica, na Zona Norte do Rio
Divulgação/Receita Federal