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Dor, raiva e piadas dos rivais: como atravessar o pós-derrota do Palmeiras sem abalar a saúde mental

por Redação
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Fred Bruno lamenta derrota do Palmeiras
Não tem jeito! Somos o país do futebol (mesmo sem uma Copa do Mundo desde 2002) e o esporte mexe com o coração, com a saúde mental e com as emoções. Esperança e confiança estiveram em alta na vida dos torcedores de um clube: o Palmeiras. Mas, para os torcedores alviverde, a segunda-feira começou com gosto amargo.
O time disputou a final da Libertadores com o Flamengo neste sábado, mas terminou derrotado. Os dois times estavam em busca do tetra no campeonato e, agora, o Palmeiras fica mais longe do Flamengo — que com a vitória virou o maior campeão brasileiro da Libertadores.
Com o cenário, como lidar com a frustação, com a raiva, a decepção de algo que não dependia do torcedor? Como gerenciar a famosa “expectativa x realidade”, o deboche dos rivais? Antes que você pense que é besteira, futebol é coisa séria para muita gente e mexe muito com as emoções!
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O g1 conversou com especialistas que analisaram 4 lições (ou dicas) essa montanha-russa de emoções (essas dicas, aliás, valem para todos os setores da vida):
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1 – Alinhe suas expectativas
Está tudo bem criar expectativas sobre as coisas, mas ela depende de você?
O psiquiatra Daniel Barros, médico do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas e autor do livro “Viver é melhor sem ter que ser o melhor”, diz que a expectativa é a fórmula da infelicidade.
“Altas expectativas geram frustração. Não dá para tudo ser como a gente imagina, sobretudo porque a nossa imaginação prega peças. Fazemos planos baseados nos momentos bons, mas na maioria das vezes eles são raros, porque a nossa vida é média”, alerta Barros. Ele reforça que é preciso manejar bem as nossas próprias expectativas, pensando que é um desejo, mas que ele pode ou não acontecer.
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2 – Não deixe o otimismo cego te dominar
Estar tão perto, com uma boa campanha como vinha fazendo o Palmeiras, fez com que muita gente acreditasse que era possível e de forma cega.
Torcida ajuda, empurra os jogadores, mas o resultado positivo não depende de quem está nas arquibancadas ou em casa assistindo ao jogo.
“A expectativa pode ser positiva (otimismo) ou negativa (pessimismo). O otimismo está relacionado ao bem-estar, felicidade, mas existe um limite para isso. Ele não pode ficar cego, não compatível com a realidade”, esclarece Arthur Danila, médico psiquiatra e coordenador do Programa de Mudança de Hábito e Estilo de Vida do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.
Danila explica que o otimismo é uma ferramenta benéfica, mas pode se tornar cego e gerador de frustração quando não temos o domínio ambiental da situação.
“Uma coisa é ser otimista que vai passar no vestibular, quando depende de você. Outra coisa é torcer para o seu amigo passar no vestibular. Eu posso querer que o mundo pare de usar combustível fóssil, mas eu não tenho domínio sobre isso”, exemplifica.
O ideal é ser um “otimista realista”. Ou seja, pode acreditar, mas nunca abandonar a realidade. É preciso ir ajustando o otimismo a todo instante, com base no que está acontecendo. “O otimismo precisa vir acompanhado de uma visão crítica da realidade, para que a pessoa consiga ter maior capacidade de gerenciar eventuais frustrações que são naturais no processo”, completa o psiquiatra.
3 – Tenha autocompaixão
Na visão dos especialistas, é preciso colocar para fora o que se sente: você pode ficar bravo, triste e até com raiva. Está tudo bem em expressar suas emoções. Mas em algum momento é preciso parar e reorganizar os sentimentos.
“É importante ter autocompaixão, uma gentileza consigo mesmo, uma emoção positiva diante de uma situação negativa: ‘hoje eu não estou bem e está tudo bem não estar bem’. Rir da própria desgraça é trazer uma leveza em um momento em que os ventos mudaram”, diz Danila.
4 – Mantenha o espírito esportivo
Quem nunca tirou onda dos rivais depois de um jogo de futebol que atire a primeira pedra. Mas é preciso lembrar, sendo bem clichê, que toda ação tem uma reação. O segredo é levar na esportiva.
“Você pode rir, debochar, tirar onda porque faz parte do jogo do torcedor fazer isso quando está ganhando, mas é preciso aceitar que o outro também vai fazer. É a natureza do jogo. Manter o espírito esportivo é o mais importante”, lembra Arthur Danila.
“Se levar muito a sério, ficar incomodado, não vai ter jeito. A melhor dica é lembrar que o futebol é um ritual cultural, e que vai passar. Você não é o time, você é um torcedor. Valorize sua identidade”, diz Daniel Barros.
E lembre-se: ano que vem tem mais Libertadores e seu time pode ser o campeão.

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