Dólar sobe e fecha a R$ 5,52 com Orçamento 2026, cenário político e dados dos EUA; Ibovespa avança | G1

Dólar sobe e fecha a R$ 5,52 com Orçamento 2026, cenário político e dados dos EUA; Ibovespa avança | G1

Os investidores voltaram as atenções para a divulgação de indicadores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos. Além disso, o cenário político continuou em evidência, de olho nas eleições de 2026. A votação do Orçamento para o ano que vem também mexeu com o humor dos mercados.

▶️ Nos EUA, as vendas de imóveis usados em novembro ficaram ligeiramente abaixo das expectativas. Já o índice de confiança do consumidor avançou em dezembro, mas permaneceu aquém das projeções dos analistas — sinal de que a confiança segue frágil.

  • 🔎 Ambos os indicadores são relevantes, pois servem como termômetros do ritmo da economia norte-americana. Assim, contribuem para ajustar as expectativas em relação à trajetória da taxa básica de juros.

▶️ Pela manhã, o Banco Central informou que o Brasil teve déficit de US$ 4,943 bilhões nas transações correntes em novembro, resultado praticamente em linha com o que o mercado esperava. No entanto, em novembro do ano passado, o saldo negativo havia sido menor.

▶️ No campo político, pesquisa AtlasIntel divulgada na véspera mostrou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente nas simulações para a eleição de 2026. O levantamento também indica desempenho de Flávio superior ao do governador paulista Tarcísio de Freitas no primeiro turno.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:

💲Dólar

  • Acumulado da semana: +2,19%;
  • Acumulado do mês: +3,63%;
  • Acumulado do ano: -10,53%.

📈Ibovespa

  • Acumulado da semana: -1,43%;
  • Acumulado do mês: -0,38%;
  • Acumulado do ano: +31,75%.

Investimentos no Brasil

O Brasil recebeu em novembro um volume de investimento estrangeiro direto acima do que o mercado previa. Com isso, o total acumulado no ano já ultrapassou a estimativa do Banco Central para 2025, segundo dados divulgados nesta sexta-feira.

O investimento direto — recursos aplicados por empresas estrangeiras na economia brasileira, como abertura de fábricas, ampliação de operações ou participação em companhias locais — somou US$ 9,820 bilhões em novembro.

👉 O valor ficou acima dos US$ 6,5 bilhões esperados por analistas consultados pela Reuters e também superou o registrado no mesmo mês de 2024, quando haviam entrado US$ 5,664 bilhões.

De janeiro a novembro, o ingresso desse tipo de capital alcançou US$ 84,164 bilhões, alta de 14% em relação ao mesmo período do ano passado.

O montante já supera a projeção do Banco Central para o ano inteiro, atualmente em US$ 75 bilhões — estimativa que havia sido revisada na véspera, após inicialmente prever US$ 70 bilhões.

Segundo o BC, a nova projeção equivale a entradas de investimento direto de cerca de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse percentual está próximo da média registrada desde 2021 e levemente abaixo dos 3,7% observados na década anterior à pandemia.

No acumulado de 12 meses até novembro, porém, o investimento direto correspondeu a 3,76% do PIB. Esse volume foi suficiente para cobrir o déficit em conta corrente, que ficou em 3,47% do PIB. A conta corrente reúne todas as transações do país com o exterior, como comércio de bens, serviços, rendas e transferências.

Em novembro, o déficit em transações correntes foi de US$ 4,943 bilhões, resultado alinhado à expectativa do mercado, que apontava para um saldo negativo de US$ 4,95 bilhões. No mesmo mês de 2024, o déficit havia sido de US$ 4,418 bilhões.

Um dos componentes desse resultado foi a conta de renda primária, que inclui remessas de lucros, dividendos e pagamento de juros ao exterior. Em novembro, essa conta apresentou déficit de US$ 6,169 bilhões, maior do que o rombo de US$ 5,796 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior.

A balança comercial — diferença entre exportações e importações de bens — teve superávit de US$ 5,119 bilhões em novembro, abaixo do saldo positivo de US$ 6,043 bilhões observado um ano antes.

Já a conta de serviços, que engloba gastos com viagens internacionais, transportes, seguros e serviços contratados no exterior, registrou déficit de US$ 4,454 bilhões, menor do que o resultado negativo de US$ 5,051 bilhões em novembro de 2024.

Agenda econômica

As vendas de moradias usadas nos EUA cresceram em novembro, mas em ritmo um pouco menor do que o esperado pelo mercado.

Na comparação com outubro, houve alta de 0,5%, o que levou o volume anualizado — cálculo que ajusta os dados para efeitos sazonais, como feriados e variações ao longo do ano — para 4,13 milhões de unidades, segundo dados divulgados nesta sexta-feira.

Analistas de mercado projetavam um avanço de 0,7%. Já na comparação com novembro do ano passado, as vendas recuaram 1,0%, indicando que o mercado imobiliário ainda enfrenta limitações no curto prazo.

Na avaliação dos analistas de mercado, o aumento das vendas pelo terceiro mês seguido está relacionado à redução das taxas de juros dos financiamentos imobiliários observada nos últimos meses.

  • 👉 Juros mais baixos tendem a facilitar o acesso ao crédito e estimular a compra de imóveis.

Por outro lado, a oferta de imóveis disponíveis para venda começa a perder fôlego. Analistas apontam que o estoque cresce a um ritmo mais lento, já que há poucos imóveis em situação de dificuldade financeira no mercado e os proprietários mantêm níveis elevados de patrimônio imobiliário.

  • Confiança dos consumidores dos EUA

A confiança dos consumidores nos EUA apresentou melhora em dezembro, segundo dados preliminares divulgados nesta quinta-feira pela Universidade de Michigan.

O índice geral subiu para 52,9, após marcar 51 em novembro. Ainda assim, o resultado ficou abaixo da expectativa de parte do mercado, que projetava 53,5.

O indicador reúne a avaliação das famílias sobre a situação econômica do país e suas perspectivas para os próximos meses. Dentro desse índice, a percepção sobre as condições atuais da economia recuou levemente, passando de 51,1 em novembro para 50,4 em dezembro.

Já o índice de expectativas, que reflete como os consumidores veem o futuro da economia, avançou de 51 para 54,6 no mesmo período.

As expectativas de inflação — ou seja, quanto os consumidores acreditam que os preços vão subir — também apresentaram recuo. Para os próximos 12 meses, a projeção caiu de 4,5% para 4,2%, na quarta queda mensal consecutiva e no menor nível em 11 meses.

Apesar da melhora, essa expectativa segue acima do patamar observado em janeiro, quando estava em 3,3%.

No horizonte de cinco anos, a inflação esperada recuou de 3,4% para 3,2%, voltando ao mesmo nível registrado em janeiro de 2025, de acordo com a Universidade de Michigan.

Bolsas globais

Os principais índices de Wall Street avançaram nesta sexta-feira, com as ações de tecnologia ampliando sua recuperação após liquidação nesta semana. Enquanto isso, a Nike foi destaque negativo: as ações derreteram após a empresa reportar fraqueza de vendas na China.

O Dow Jones Industrial Average subiu 0,38%, aos 48.134,89 pontos, o S&P 500 avançou 0,89%, aos 6.834,78 pontos, e o Nasdaq teve ganhos de 1,31%, aos 23.307,62 pontos.

Enquanto isso, as bolsas europeias fecharam em alta, atingindo níveis recordes. O movimento foi impulsionado pelo otimismo dos investidores nos últimos dias de negociação do ano, com destaque para os setores de defesa e bancos.

Ontem, vários bancos centrais divulgaram suas decisões: o Banco da Inglaterra reduziu a taxa básica em 0,25 ponto, enquanto BCE, Norges Bank e Riksbank mantiveram os juros. O BCE também revisou para cima as projeções de crescimento da zona do euro, indicando expansão de até 1,4% em 2025.

No fechamento, o índice pan-europeu STOXX 600 subiu 0,4%, a 587,50 pontos, acumulando alta semanal de 1,7%. Em Londres, o FTSE 100 avançou 0,61%, a 9.897 pontos; em Frankfurt, o DAX ganhou 0,37%, a 24.288 pontos; e em Paris, o CAC 40 ficou praticamente estável, com leve alta de 0,01%, a 8.151 pontos.

Em Milão, o Ftse/Mib subiu 0,66%, a 44.757 pontos; Madri registrou alta de 0,22%, a 17.169 pontos; e Lisboa liderou os ganhos, com avanço de 1,03%, a 8.211 pontos.

Já as bolsas asiáticas fecharam em alta, embora tenham encerrado a semana praticamente estáveis.

Investidores mantiveram cautela diante da falta de novos sinais corporativos, enquanto ações de Hong Kong acumularam queda semanal.

O setor de tecnologia ficou no radar após notícias sobre possível liberação de chips avançados da Nvidia para a China, mas os movimentos foram contidos.

No fechamento, o índice de Xangai subiu 0,36%, a 3.890 pontos, e o CSI300 avançou 0,34%, a 4.568 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 0,75%, a 25.690 pontos.

Em Tóquio, o Nikkei teve alta de 1%, a 49.507 pontos. Outros mercados também fecharam positivos: Seul (+0,65%), Taiwan (+0,83%) e Cingapura (+0,18%).

Cotação do dólar mostra menor confiança na economia brasileira devido a gastos e dívidas do governo — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

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