Dólar sobe a R$ 5,45, com nova ameaça de tarifas de Trump ao Brics e seus aliados

Dólar sobe a R$ 5,45, com nova ameaça de tarifas de Trump ao Brics e seus aliados

O dólar opera em alta de 0,41% nesta segunda-feira (7), aos R$ 5,4462, por volta das 10h. Na máxima, chegou a R$ 5,4558. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa, tem leve alta de 0,05%, aos 141.257 pontos.

  • 🔎 Ainda não há informações sobre quais países serão taxados. Trump também não esclareceu nem detalhou o que são as tais “políticas antiamericanas”.
  • 🔎 O Brics divulgou neste domingo a “Declaração do Rio de Janeiro”, em que faz a defesa do fortalecimento de instituições multilaterais, como a ONU, e o respeito ao direito internacional e rejeição a ações unilaterais, como as que enfraquecem o sistema global. Os EUA não foram citados nominalmente.

▶️ Outro ponto de atenção é a possível ampliação do prazo de suspensão do tarifaço. Trump afirmou que os EUA enviarão cartas aos países nesta semana, com a lista de tarifas, e disse que essas tarifas não entrariam em vigor até 1º de agosto — ou seja, mais três semanas para firmar acordos.

A possível volta das tarifas preocupa o mercado. A avaliação é que elas podem elevar os preços ao consumidor e os custos de produção, o que tende a aumentar a inflação e forçar o Fed (o banco central dos EUA) a manter os juros do país altos por mais tempo.

Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.

💲Dólar

  • Acumulado da semana: -1,08%;
  • Acumulado do mês: -0,17%;
  • Acumulado do ano: -12,23%.

📈Ibovespa

  • Acumulado da semana: +3,21%;
  • Acumulado do mês: +1,73%;
  • Acumulado do ano: +17,44%.

Trump ameaça impor tarifas a países alinhados ao Brics

A medida, divulgada em sua conta na rede Truth Social, não especifica quais países seriam afetados nem quais ações caracterizariam esse alinhamento.

O documento também reforça o papel de instituições como a ONU e pede respeito ao direito internacional, posições que contrastam com a política comercial mais agressiva adotada por Washington.

A ameaça gerou reações imediatas. A China criticou o uso de tarifas como instrumento de coerção, enquanto a Rússia destacou que o Brics “nunca atuou contra terceiros”. A África do Sul, por sua vez, afirmou que o bloco busca apenas reformar a ordem multilateral global, sem intenções de confronto.

A sinalização de Trump aumenta o risco de retaliações cruzadas e gera preocupações nos mercados sobre um possível novo ciclo de tensões comerciais globais, com impactos potenciais sobre a inflação e o crescimento econômico.

Tarifaço: contagem regressiva para o fim da trégua

Também no domingo, Trump afirmou que os EUA enviarão cartas aos países com a lista de tarifas que entrarão em vigor a partir de 1º de agosto. A medida marca um acréscimo de três semanas para renegociar acordos bilaterais para evitar o tarifaço lançado em abril.

A suspensão de 90 dias das tarifas impostas pelo republicano estava prestes a expirar, e o baixo número de acordos firmados até o momento continua gerando preocupação. Apesar da promessa de firmar acordos, Washington fechou apenas pactos limitados com o Reino Unido e o Vietnã.

A maioria dos países ainda tenta evitar as novas tarifas, que podem variar entre 10% e 50%. A União Europeia negocia para evitar sobretaxas em setores como agricultura, tecnologia e aviação, mas ainda enfrenta impasses com os EUA.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Trump tiveram uma “boa conversa”, disse um porta-voz da instituição nesta segunda.

Japão, Índia, Coreia do Sul, Indonésia, Tailândia e Suíça também correm para apresentar concessões de última hora. As propostas incluem desde maior abertura comercial e compras bilionárias de produtos americanos até investimentos estratégicos em setores como energia e tecnologia.

  • 🔎 O mercado avalia que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços ao consumidor e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo. Esse cenário pode levar à desaceleração da economia dos EUA e até a uma recessão global.

A situação influencia diretamente a política de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Na semana passada, o presidente Jerome Powell voltou a afirmar que a instituição pretende “esperar e obter mais informações” sobre os impactos das tarifas na inflação antes de reduzir as taxas de juros.

Mercados oscilam com incerteza renovada

Segundo analistas, o vaivém dos mercados deve se intensificar nos próximos dias, com o aumento da incerteza com a política tarifária de Trump e pela faltar de indicadores econômicos relevantes.

Os investidores também aguardam a ata da última reunião do Federal Reserve, que pode trazer pistas sobre a trajetória dos juros nos EUA.

Os índices acionários da China e de Hong Kong caíram nesta segunda-feira. Embora a China possa desfrutar da trégua comercial acordada com os EUA, o sentimento ainda era de nervosismo entre investidores.

No fechamento, o índice CSI300 caiu 0,43%, enquanto o índice SSEC, em Xangai, subiu 0,02%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,12%.

Na Europa, o índice Stoxx 600 operava estável, enquanto as bolsas regionais apresentaram desempenho misto entre altas e baixas. Nos EUA, os índices futuros operaram em leve queda, refletindo o aumento da incerteza.

Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025. — Foto: Tatan Syuflana/ AP

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