Início » Dólar recua com mercado atento ao Fed; Ibovespa oscila com Petrobras

Dólar recua com mercado atento ao Fed; Ibovespa oscila com Petrobras

por Redação
dolar-recua-com-mercado-atento-ao-fed;-ibovespa-oscila-com-petrobras

O mercado segue em compasso de espera, de olho nas declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed) e nos resultados corporativos que continuam movimentando a bolsa brasileira. No cenário local, a agenda econômica traz dados de preços e indústria, enquanto o presidente Lula participa de reuniões sobre a COP 30 em Belém.

▶️ Nos Estados Unidos, investidores aguardam discursos de membros do Fed ao longo do dia em busca de sinais sobre a postura do comitê de política monetária sobre possíveis novos cortes de juros na reunião de dezembro.

▶️ Entre os indicadores do dia, o IGP-DI de outubro foi divulgado às 8h, seguido pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) de setembro às 9h, que devem ajudar a medir o ritmo da atividade econômica. Nos EUA, a Universidade de Michigan publica a confiança do consumidor dos EUA.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

💲Dólar

  • Acumulado da semana: -0,59%;
  • Acumulado do mês: -0,59%;
  • Acumulado do ano: -13,46%.

📈Ibovespa

  • Acumulado da semana: +2,54%;
  • Acumulado do mês: +2,54%;
  • Acumulado do ano: +27,48%.

Agenda econômica

  • Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI)

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou queda de 0,03% em outubro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O resultado veio abaixo da alta de 0,36% observada em setembro e foi menor do que a deflação de 0,22% esperada por analistas consultados pela Reuters.

Com o desempenho de outubro, o IGP-DI acumula queda de 1,31% no ano. Em 12 meses, o índice registra alta de 0,73%. Segundo o economista Matheus Dias, do FGV Ibre, o resultado foi influenciado pela redução nos preços de produtos agropecuários e de energia.

“No IPA, destacou-se a queda generalizada de produtos agropecuários com peso significativo na estrutura do índice, como café em grão, trigo em grão, soja em grão e leite in natura”, afirmou.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que representa 60% do IGP-DI, caiu 0,13% em outubro. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI), com peso de 30%, subiu 0,14%, desacelerando frente à alta de 0,65% em setembro.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI), que responde pelos 10% restantes, avançou 0,30%, após alta de 0,17% no mês anterior.

  • Índice de Preços ao Produtor (IPP)

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a variação dos preços de produtos na saída das fábricas — sem considerar impostos e frete — caiu 0,25% em setembro na comparação com agosto, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. Essa foi a oitava queda seguida do indicador.

No acumulado do ano, o IPP registra retração de 3,87%. Em 12 meses, a queda é de 0,40%. Entre as 24 atividades industriais analisadas, 12 tiveram redução nos preços. Os principais impactos vieram dos setores de alimentos e de produtos químicos.

O item “outros produtos químicos” teve queda de 1,75%, contribuindo com -0,14 ponto percentual no índice geral. Já os alimentos tiveram impacto de -0,10 ponto percentual.

Segundo Murilo Alvim, gerente do IPP, a valorização do câmbio e a menor demanda interna influenciaram os resultados.

“A retração nos fertilizantes e seus insumos refletiu a fraqueza da demanda no mercado interno, já que parte significativa destinada à próxima safra já foi adquirida pelos produtores agrícolas”, afirmou.

Entre os grupos de produtos, os preços dos bens de capital caíram 0,45%, os bens intermediários recuaram 0,60%, enquanto os bens de consumo registraram alta de 0,29% no mês.

  • Confiança do consumidor dos EUA

A confiança dos consumidores nos EUA caiu no início de novembro para o menor nível em quase três anos e meio, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela Universidade de Michigan.

O índice que mede esse sentimento recuou para 50,3 pontos, contra 53,6 em outubro. A expectativa de analistas era de uma queda mais moderada, para 53,2 pontos.

De acordo com Joanne Hsu, diretora da pesquisa, o resultado reflete preocupações com os impactos da paralisação do governo federal, que já dura mais de um mês.

“A queda na confiança deste mês foi generalizada em toda a população, observada em todas as idades, rendas e afiliações políticas”, afirmou.

A paralisação tem afetado diretamente milhões de americanos, com cortes em benefícios como os vales-alimentação, atrasos em voos e servidores públicos sem remuneração. Esses fatores têm gerado incertezas sobre o desempenho da economia nos próximos meses.

A pesquisa também mostrou que a expectativa dos consumidores para a inflação no próximo ano subiu de 4,6% para 4,7%. Já a projeção para os próximos cinco anos caiu de 3,9% para 3,6%, indicando uma visão mais moderada sobre o comportamento dos preços no longo prazo.

Falas de dirigentos do Fed

Em evento realizado em Frankfurt, o vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, afirmou que os juros estão próximos de um nível neutro — aquele que não estimula nem restringe a economia — e que, por isso, é necessário avançar com prudência.

“A política atual continua um tanto restritiva, mas nós a aproximamos do nível neutro. Portanto, faz sentido avançarmos lentamente em direção às taxas neutras”, disse.

Jefferson também defendeu o corte de 25 pontos-base realizado na semana passada como “apropriado”, citando riscos crescentes para o mercado de trabalho. Ele destacou que continuará avaliando os dados econômicos e os riscos antes de decidir seu voto nas próximas reuniões.

“Sempre adoto uma abordagem de reunião por reunião. Essa abordagem é particularmente prudente porque não está claro quantos dados oficiais teremos antes de nossa reunião de dezembro”, afirmou.

Enquanto isso, o Fed de Nova York divulgou dados sobre as expectativas dos consumidores.

  • A projeção mediana de inflação para o próximo ano caiu 0,2 ponto percentual, para 3,2%.
  • Já as expectativas para três e cinco anos permaneceram em 3,0%.
  • Por outro lado, a percepção sobre o desemprego aumentou: a probabilidade média de alta na taxa de desemprego subiu 1,4 ponto, para 42,5%.

A pesquisa também mostrou que os consumidores estão menos confiantes sobre encontrar emprego — a probabilidade caiu para 46,8% — embora a chance de perder o atual trabalho tenha diminuído para 14,0%. As famílias relataram melhora no acesso ao crédito, mas uma parcela maior espera piora na situação financeira pessoal no próximo ano.

Paralisação do governo americano no 38º dia

A paralisação do governo dos EUA chegou ao 38º dia nesta sexta-feira. A falta de acordo no Congresso continua a impedir o funcionamento pleno de serviços públicos, enquanto negociações avançam lentamente.

Líderes republicanos anunciaram que devem votar hoje um projeto revisado para tentar encerrar o impasse. A proposta prevê financiamento parcial para algumas agências e pode manter o governo funcionando até após o feriado de Ação de Graças.

  • Com o shutdown, a assistência alimentar (SNAP) para cerca de 42 milhões de pessoas foi interrompida, deixando famílias sem os cerca de US$ 180 mensais. Funcionários federais, incluindo policiais, militares e agentes de aeroportos, estão sem receber salários.
  • Desde o início da paralisação, mais de 3,2 milhões de passageiros enfrentaram atrasos ou cancelamentos de voos.
  • O Escritório de Orçamento do Congresso estima que, se durar mais uma semana, o impacto na economia pode chegar a US$ 11 bilhões.

Além disso, um juiz federal ordenou que o governo libere os recursos integrais do SNAP para novembro, após considerar que o Departamento de Agricultura agiu de forma “arbitrária e caprichosa” ao oferecer apenas parte dos benefícios. O programa injeta mais de US$ 8 bilhões por mês na economia, e o atraso nos repasses preocupa tanto beneficiários quanto o setor varejista.

As negociações seguem, mas ainda sem consenso.

Bolsas globais

Os principais índices de Wall Street tinham sua segunda sessão consecutiva de queda nesta sexta-feira, e caminhavam para uma perda semanal, conforme preocupações com a economia e com as valorização dos papéis no setor de tecnologia azedaram o humor dos investidores.

O otimismo em torno da inteligência artificial levou os mercados a marcar recordes de alta este ano, mas preocupações com a monetização da tecnologia e os gastos cíclicos dentro do setor diminuíram o entusiasmo com as ações dos EUA nos últimos dias.

Às 12h51, o Dow Jones caía 0,36%, a 46.745,12 pontos. O S&P 500 tinha queda de 0,88%, a 6.661,15 pontos, enquanto o Nasdaq Composite recuava 1,51%, a 22.703,67 pontos.

Os mercados europeus também encerraram a semana em queda, em meio à volatilidade provocada por preocupações com os preços elevados das ações de tecnologia.

A paralisação do governo dos EUA e declarações recentes de autoridades do Federal Reserve também contribuíram para o clima de cautela.

No fechamento, os principais índices da região ficaram no vermelho: o STOXX 600 recuou 0,60%, o DAX (Alemanha) caiu 0,69%, o FTSE 100 (Reino Unido) perdeu 0,55%, enquanto o CAC 40 (França) registrarou queda de 0,18%.

Na mesma toada, os mercados asiáticos fecharam em baixa, apesar de acumularem ganhos modestos ao longo da semana.

Investidores ignoraram parte das preocupações globais com o setor de tecnologia, mas o movimento de correção se intensificou em mercados mais expostas à alta recente das ações de inteligência artificial.

Além disso, a China e os EUA anunciaram avanços nas negociações comerciais, incluindo uma pausa nas tarifas portuárias sobre embarcações ligadas ao gigante asiático.

No fechamento, o Nikkei (Tóquio) caiu 1,2%, o Hang Seng (Hong Kong) recuou 0,92%, o SSEC (Xangai) perdeu 0,25% e o CSI300 teve baixa de 0,31%. O Kospi (Seul) caiu 1,81%, o Taiex (Taiwan) recuou 0,89%, enquanto o Straits Times (Cingapura) foi exceção, com alta de 0,16%.

*Com informações da agência de notícias Reuters.

Dólar atinge a segunda maior cotação da história: R$ 5,86 — Foto: Reprodução/TV Globo

você pode gostar

SAIBA QUEM SOMOS

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

CONTATOS

noticias recentes

as mais lidas

Jornal de Minas © Todos direitos reservados à Tv Betim Ltda®