Dólar oscila em meio a expectativas sobre juros americanos e inflação no Brasil; bolsa sobe com a Vale

Dólar oscila em meio a expectativas sobre juros americanos e inflação no Brasil; bolsa sobe com a Vale

Com poucos eventos previstos para o dia, o foco do mercado deve se voltar aos discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed), o banco central americano. No cenário doméstico, serão divulgados novos indicadores econômicos.

▶️ Depois de o presidente do Fed, Jerome Powell, indicar a chance de um corte de juros em setembro, os investidores acompanham os discursos de outros dirigentes, programados para ocorrer ao longo do dia.

  • Às 16h15 (horário de Brasília), Lorie Logan, dirigente do Fed de Dallas, fará seu discurso;
  • Às 20h15 (horário de Brasília), está previsto o pronunciamento de John Williams, presidente do Fed de Nova York.

▶️ Ainda com as tensões entre EUA e o Brasil no radar, também na sexta-feira, o Banco do Brasil pediu à Advocacia-Geral da União (AGU) que tome providências jurídicas contra perfis bolsonaristas que estão disseminando desinformação.

▶️ Nesta segunda-feira, analistas do mercado financeiro reduziram, pela décima terceira semana consecutiva, a projeção de inflação para 2025 no boletim Focus.

A projeção de inflação para 2025 recuou de 4,95% para 4,86%, mas ainda permanece acima do teto da meta, fixado em 4,5%.

▶️ Já o Ibovespa opera em alta, impulsionado pelas ações da Vale (VALE3) e da mineradoras, que sobem no pregão devido à alta da commodity no mercado internacional.

  • Na Bolsa de Dalian, na China, o contrato do minério de ferro encerrou o pregão diurno com alta de 2,27%, cotado a 787 iuanes (US$ 110,06) por tonelada métrica — o maior nível desde 14 de agosto.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

💲Dólar

  • Acumulado da semana:+0,51%;
  • Acumulado do mês: -3,12%;
  • Acumulado do ano: -12,20%.

📈Ibovespa

  • Acumulado da semana: +1,19%;
  • Acumulado do mês: +3,68%;
  • Acumulado do ano: +14,70%.

Boletim Focus

O tarifaço implementado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, a produtos brasileiros está ajudando a reduzir a estimativa de inflação para o final deste ano.

O boletim “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (25), mostra que os analistas do mercado financeiro acreditam que a medida tende a conter a atividade e gerar um impacto baixista na inflação deste ano.

  • ➡️ A estimativa de inflação para 2025 caiu de 4,95% para 4,86%, ainda acima do teto da meta, que é de 4,5%.
  • ➡️ Para 2026, a projeção recuou de 4,40% para 4,33%.
  • ➡️ Para 2027, a expectativa caiu de 4% para 3,97%.
  • ➡️ Para 2028, a previsão permaneceu em 3,80%.

🔎 Por que isso importa? Quanto maior a inflação, menor o poder de compra da população — especialmente entre quem recebe salários mais baixos. Isso ocorre porque os preços sobem, mas os salários não acompanham esse aumento.

Corte nos juros americanos em setembro

Na sexta-feria, as falas de Jerome Powell animaram os investidores ao redor do mundo. Ele sinalizou a possibilidade de um corte de juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), em setembro.

Apesar disso, William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, destaca que muitos investidores passaram a apostar na possibilidade de queda dos juros nos EUA.

Isso fez com que os títulos da dívida americana começassem a render menos, o que acabou enfraquecendo o dólar ao redor do mundo.

  • 🔎 Quando os rendimentos dos títulos americanos caem, investir nos EUA fica menos atrativo para quem está fora do país. Isso pode fazer com que o dólar perca força em relação a outras moedas, já que há menos demanda por ativos americanos.

Segundo ele, a reação do mercado para essa perspectiva foi otimista, evidenciada pela valorização das ações listadas nas bolsas de valores, incluindo a brasileira.

“Essa dinâmica, com dólar desvalorizado, rendimentos menores e juros em queda, tende a beneficiar as empresas de capital aberto”, explica Castro.

Bolsas globais

As bolsas europeias operam em queda nesta segunda-feira, refletindo a perda de força do otimismo em torno de possíveis cortes de juros pelo Fed. A liquidez nos mercados também está reduzida, já que o Reino Unido permanece fechado devido a feriado.

Mesmo com a divulgação de dados positivos na Europa, como a melhora inesperada na confiança das empresas alemãs segundo o Instituto Ifo, os investidores não demonstraram entusiasmo.

Os principais índices da região operam no vermelho: o STOXX 600 recua 0,17%, o DAX da Alemanha cai 0,20%, o CAC 40 da França perde 0,57%, enquanto o FTSE MIB da Itália avança discretamente, com alta de 0,08%.

Na Ásia, os mercados encerraram o dia em alta, impulsionados pela liquidez abundante e pelo bom desempenho dos setores de terras raras e imobiliário.

O índice de Xangai subiu 1,51%, atingindo o maior nível desde agosto de 2015, enquanto o CSI300 avançou 2,08%, superando marcas anteriores e alcançando o patamar mais alto desde julho de 2022.

Outros mercados asiáticos também fecharam em terreno positivo: o Nikkei, em Tóquio, subiu 0,41%; o Hang Seng, em Hong Kong, avançou 1,94%; o Kospi, em Seul, teve alta de 1,30%; o Taiex, em Taiwan, ganhou 2,16%; o Straits Times, em Cingapura, valorizou-se 0,08%; e o S&P/ASX 200, em Sydney, registrou leve alta de 0,06%.

Cédulas de dólar — Foto: bearfotos/Freepik

*Com informações da agência de notícias Reuters

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