Dólar fecha em queda, aos R$ 5,50, de olho no conflito no Oriente Médio; Ibovespa cai

Dólar fecha em queda, aos R$ 5,50, de olho no conflito no Oriente Médio; Ibovespa cai

▶️ Já nesta segunda, o Irã respondeu com ataques de mísseis balísticos contra a base aérea americana de Al-Udeid, no Catar, um dos principais centros militares dos EUA no Oriente Médio. Mas a interpretação do mercado é de que a resposta foi comedida e pode não evoluir.

▶️ O presidente dos EUA, Donald Trump, minimizou os efeitos da resposta iraniana e disse que “com sorte, não haverá mais ódio”.

“Quero agradecer ao Irã por nos avisar com antecedência, o que possibilitou que nenhuma vida fosse perdida e ninguém se ferisse. Talvez agora o Irã possa seguir rumo à paz e harmonia na região, e incentivarei com entusiasmo que Israel faça o mesmo”, disse Trump.

▶️ Os agentes financeiros também se preocupam com o fim do prazo de suspensão do tarifaço imposto por Trump, que afetou mais de 180 países. Washington ainda busca concluir acordos com seus principais parceiros.

Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.

💲Dólar

  • Acumulado da semana: -0,40%;
  • Acumulado do mês: -3,77%;
  • Acumulado do ano: -10,96%.

📈Ibovespa

  • Acumulado da semana: -0,41%;
  • Acumulado do mês: -0,35%
  • Acumulado do ano: +13,52%.

Entrada dos EUA no conflito entre Israel e Irã

Os confrontos entre Israel e Irã começaram em 13 de junho. Militares israelenses lançaram uma operação para destruir alvos nucleares iranianos, e Teerã retaliou com mísseis contra cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.

Os bombardeios já causaram mais de 240 mortes e milhares de feridos, segundo dados oficiais. Instituições independentes, no entanto, estimam que o número real pode ser ainda maior.

Nesta segunda-feira (23), Israel anunciou ataques com “forças sem precedentes” contra o Irã. Entre os alvos estão uma prisão conhecida por abrigar presos políticos, a instalação nuclear fortificada de Fordow e um quartel da Guarda Revolucionária em Teerã.

Horas depois, o Irã retaliou lançando mísseis contra a base americana de Al Udeid, no Catar — a maior instalação militar dos EUA no Oriente Médio, com mais de 10 mil soldados.

Explosões foram registradas em Doha, e países vizinhos fecharam temporariamente seu espaço aéreo. Bases americanas no Iraque, Bahrein, Kuwait e Síria entraram em estado de alerta. O Irã informou previamente autoridades dos EUA e do Catar sobre o ataque.

“Fico feliz em informar que nenhum americano foi ferido, e quase nenhum dano foi causado”, publicou na Truth Social. “Talvez o Irã agora possa caminhar rumo à paz e à harmonia na região, e incentivarei com entusiasmo que Israel faça o mesmo”, escreveu.

Preços do petróleo

A escalada do conflito havia pressionado os preços do petróleo e os mercados globais. No entanto, a resposta controlada de Teerã trouxe alívio aos mercados e provocou queda nos preços da commodity.

Um eventual bloqueio do Estreito de Ormuz — por onde passa cerca de 20% do petróleo consumido globalmente — poderia provocar uma disparada nos preços.

No domingo, o Parlamento iraniano aprovou o fechamento da rota marítima como retaliação aos ataques dos EUA. No entanto, a medida ainda depende da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Khamenei, o que ainda não ocorreu.

Nesta segunda-feira (23), Trump reiterou seu desejo de manter os preços do petróleo baixos, diante dos temores de que os ataques dos EUA ao Irã provoquem alta nos custos da commodity.

“Pessoal, mantenham os preços do petróleo baixos, estou de olho! Vocês estão fazendo o jogo do inimigo, não façam isso”, escreveu Trump em letras maiúsculas em sua plataforma Truth Social.

Juros e indicadores

Por fim, o mercado segue atento à agenda econômica da semana, com destaque para a ata da última reunião do Copom, prevista para terça-feira (24). A expectativa é que o documento traga novos sinais sobre os próximos passos da taxa básica de juros.

  • 🔎 Juros mais altos desestimulam o consumo, pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda.

A ata será fundamental para revelar a percepção do BC sobre temas relevantes para a política monetária. Além dos efeitos do petróleo sobre a inflação, há incertezas quanto aos impactos da guerra tarifária de Trump nos preços e no câmbio.

  • 🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global.

Nos Estados Unidos, as vendas de moradias usadas cresceram em maio, com alta de 0,8%, alcançando uma taxa anual ajustada sazonalmente de 4,03 milhões de unidades. Apesar disso, a tendência segue fraca devido às elevadas taxas de hipoteca.

Já a atividade empresarial norte-americana desacelerou em junho, mas os preços continuaram subindo, impulsionados pelas tarifas de Trump sobre produtos importados — o que sugere uma possível aceleração da inflação no segundo semestre.

Segundo o Índice de Gerentes de Compras (PMI) da S&P Global, os preços pagos pelas fábricas por insumos e cobrados pelos produtos finais atingiram o maior nível desde 2022.

Ao longo da semana, o mercado aguarda novos dados sobre atividade econômica, inflação e emprego, tanto no Brasil quanto nos EUA.

Notas de real e dólar — Foto: Amanda Perobelli/ Reuters

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