Dólar fecha abaixo de R$ 5,50 pela 1ª vez em 8 meses, com conflito Israel-Irã e

Dólar fecha abaixo de R$ 5,50 pela 1ª vez em 8 meses, com conflito Israel-Irã e

O mercado também considera os impactos indiretos da guerra. Na semana passada, os preços do petróleo subiram mais de 8%, diante do receio de interrupções no fornecimento. No entanto, o Irã afirmou que suas instalações permanecem intactas até o momento.

▶️ Além do conflito, a chamada “Superquarta” também está no radar do mercado. O termo se refere ao dia em que o Banco Central do Brasil (BC) e o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, anunciam suas decisões sobre as taxas de juros. Espera-se que ambos mantenham as taxas. (leia mais abaixo)

Entenda abaixo como esses fatores impactam o mercado.

Petróleo chega a subir mais de 14% mas cotação perde força ao longo do pregão

💲Dólar

  • Acumulado da semana: -1,03%;
  • Acumulado do mês: -4,07%;
  • Acumulado do ano: -11,23%.

📈Ibovespa

  • Acumulado da semana: +1,49%
  • Acumulado do mês: +1,63%;
  • Acumulado do ano: +15,78%.

Israel X Irã

O mais grave confronto direto entre Irã e Israel continua a se intensificar e chegou ao quarto dia nesta segunda-feira (16), após um fim de semana marcado por centenas de mortes, ataques diurnos e de longo alcance. A escalada do conflito preocupa líderes mundiais e aumenta a tensão entre as potências do Oriente Médio.

Israel lançou a “Operação Leão Ascendente” com um ataque surpresa na sexta-feira (13), matando parte da cúpula militar iraniana e danificando instalações nucleares. O Irã respondeu com mísseis que atingiram áreas residenciais e instalações de petróleo em Israel.

▶️ Para os mercados, o conflito desencadeou um sentimento de aversão ao risco, levando os investidores a buscar refúgio em ativos seguros, como o dólar e o ouro, em um primeiro momento. Passado o “susto”, no entanto, houve um momento de realização de lucros.

Além disso, os preços do petróleo dispararam por causa da preocupação sobre a interrupção do fornecimento do produto.

O principal receio é se os ataques vão afetar o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de um quinto do consumo total de petróleo do mundo. Mas o Irã afirmou que suas instalações não foram danificadas até o momento.

Nesta segunda-feira, os investidores estão mais calmos e se concentram nas próximas decisões sobre juros no Brasil e nos EUA (leia mais abaixo). Ao final da sessão, os preços do petróleo no mercado internacional, por exemplo, fecharam em queda.

Satélite mostra instalações nucleares de Natanz, no Irã, antes e depois dos ataques

‘Superquarta’

A próxima quarta-feira (18) é uma “Superquarta”, quando coincidem as reuniões que definem as taxas de juros dos Estados Unidos e do Brasil.

▶️ BRASIL: Por aqui, a maior parte do mercado, segundo pesquisa conduzida pelo Banco Central na semana passada com mais de 130 instituições financeiras, acredita que o cenário já possibilita uma interrupção do ciclo de alta dos juros — que vigora desde setembro do ano passado.

“O Copom deve encerrar o ciclo de aperto monetário em junho, mantendo a Selic em 14,75% ao ano, mas sinalizando estabilidade da taxa por um período prolongado”, diz o Itaú, em comunicado.

A taxa atual de 14,75% é a maior no Brasil em quase 20 anos. O BC tem dito que ela é necessária para desacelerar a economia brasileira e, assim, diminuir a inflação.

  • 🔎 Juros mais altos desestimulam o consumo pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda.

▶️ ESTADOS UNIDOS: Nos EUA, a expectativa é que o Fed mantenha as taxas de juros inalteradas, na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. Os mercados ainda apostam em dois cortes até dezembro, com um primeiro movimento em setembro sendo visto como o mais provável.

“O fundamental é quanta flexibilidade o Fed acredita ter. Ficamos positivamente surpresos por ainda não termos visto repasse inflacionário das tarifas”, disse Ben Laidler, chefe de estratégia de ações do Bradesco BBI, à Reuters.

Na semana passada, os investidores repercutiram o novo acordo tarifário entre EUA e China. Eles têm acompanhado de perto a situação preocupados com a possibilidade de uma guerra comercial caótica prejudicar os lucros corporativos.

  • 🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global.

Mais impostos

A medida reduz o imposto sobre empresas e seguros do tipo VGBL e amplia a tributação sobre apostas esportivas (bets), criptoativos e investimentos isentos como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito Agropecuário (LCA). (saiba mais)

O objetivo do novo modelo era reverter o desgaste político gerado pelo decreto anterior e, ao mesmo tempo, garantir o equilíbrio das contas públicas com novas fontes de arrecadação.

Analistas do mercado financeiro avaliam que o governo deveria focar em discutir a eficiência dos gastos públicos e em promover reformas estruturais, em vez de apenas propor novas formas de arrecadação.

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