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Dólar abre em queda com mercado atento a projeções do Focus e cenário fiscal | G1

por Redação
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A semana começa com uma agenda carregada no Brasil e sinais importantes no exterior. Entre dados econômicos e eventos políticos, os investidores monitoram fatores que podem mexer com expectativas para inflação, contas públicas e juros.

▶️ O boletim Focus, divulgado antes da abertura, mostrou novo recuo nas projeções de inflação para 2025, mantendo as estimativas abaixo do teto do sistema de metas. Para o final deste ano, a previsão passou de 4,46% para 4,45%.

▶️ A política fiscal segue no radar com a entrevista sobre o relatório bimestral de receitas e despesas marcada para as 11h. O documento reduziu o bloqueio de gastos para R$ 4,4 bilhões e reabriu um contingenciamento de R$ 3,3 bilhões.

▶️ A agenda doméstica inclui ainda a divulgação da arrecadação federal de outubro e a participação de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, em evento da Febraban, onde investidores devem buscar sinais sobre condução da política monetária.

▶️ No exterior, a semana será encurtada pelo feriado de Ação de Graças, que fecha os mercados norte-americanos na quinta-feira e reduz a liquidez na sexta. Mesmo com divergências internas no Fed, o mercado mantém apostas em um possível corte de juros em dezembro.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.

💲Dólar

  • Acumulado da semana: +1,97%;
  • Acumulado do mês: +0,32%;
  • Acumulado do ano: -12,60%.

📈Ibovespa

  • Acumulado da semana: -1,88%;
  • Acumulado do mês: +3,50%;
  • Acumulado do ano: +28,67%.

Redução das tarifas para o Brasil

O principal destaque da sessão desta sexta-feira (21) ficou com a redução das tarifas de 40% sobre produtos brasileiros por parte dos Estados Unidos.

A medida beneficia carne bovina, café, açaí, cacau e diversos outros produtos. A retirada da tarifa vale para itens que chegaram aos Estados Unidos a partir de 13 de novembro.

Agora, itens como café, carne e frutas, incluídos nas duas decisões recentes, voltam às taxas de exportação praticadas antes do tarifaço anunciado por Trump.

“Máquinas e equipamentos, móveis, couro, calçados, aviação, alguns óleos, cera de carnaúba e minerais como a vermiculita seguem enfrentando custos adicionais para entrar no mercado americano”, explica Frederico Lamego, superintendente de Relações Internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A expectativa, agora, é pelos próximos passos da negociação entre Brasil e EUA.

Dados de emprego e os sinais sobre os juros

Outro fator que também ficou na mira dos investidores foi a divulgação, na véspera, do payroll — relatório de emprego oficial dos EUA e um dos documentos utilizados pelo Fed para determinar o futuro das taxas de juros norte-americanas. A divulgação dos dados havia sido interrompida por conta da paralisação do governo dos EUA.

Segundo o documento, a economia norte-americana gerou 119 mil postos de trabalho em setembro — resultado bem acima do esperado pelo mercado, de 50 mil novas vagas. Apesar disso, no entanto, a taxa de desemprego subiu para 4,4%, ante previsão de 4,3%.

Os dados mistos do mercado de trabalho levantaram dúvidas sobre os próximos passos do Fed na condução da política monetária norte-americana e levou os holofotes desta sexta-feira (21) para novas falas de dirigentes da instituição.

Durante a tarde, o presidente da distrital do Fed em Nova York, John Williams — membro permanente do Fed com direito a voto na política de juros e vice-presidente do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) — afirmou ainda ver espaço para novas reduções de juros no curto prazo.

“Considero que a política monetária está sendo modestamente restritiva. […] Portanto, ainda vejo espaço para um ajuste adicional no curto prazo na faixa da meta da taxa básica para aproximar a postura da política da faixa neutra”, disse.

Além disso, o diretor do Fed Stephen Miran também afirmou nesta sexta-feira que votaria a favor de mais um corte das taxas no próximo mês.

Após os comentários, o mercado passou a prever uma chance de quase 60% de um corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Fomc, em dezembro, revertendo a convicção anterior de que o Fed faria uma pausa decido a preocupações com a inflação.

Agenda econômica

  • Índice de Gerentes de Compras (PMI)

O índice da zona do euro, divulgado pelo S&P Global, indicou que a atividade empresarial na região cresceu de forma constante neste mês, com o setor de serviços expandindo no ritmo mais rápido em um ano e meio, enquanto a fraca demanda levou o setor manufatureiro de volta à contração. Entre os destaques:

  • Na Alemanha , a maior economia do bloco, o crescimento do setor privado perdeu força em novembro devido a uma contração inesperada no setor manufatureiro e a um crescimento abaixo do esperado no setor de serviços.
  • Mas na França , a atividade empresarial praticamente se estabilizou, uma vez que o crescimento no setor de serviços quase compensou uma queda mais acentuada do que a prevista na produção industrial.
  • Na Grã-Bretanha , fora da União Europeia , o crescimento empresarial praticamente parou este mês, com as empresas adiando seus planos antes da apresentação do orçamento governamental na próxima semana.

Já nos Estados Unidos, a atividade industrial desacelerou para o menor nível em quatro meses neste mês, devido ao aumento dos preços em função das tarifas de importação impostas por Donald Trump. Isso porque as taxas restringiram a demanda e levaram a um acúmulo de mercadorias não vendidas, o que pode prejudicar o crescimento da economia em geral.

Bolsas globais

Nos EUA, os principais índices de Wall Street operam em alta nesta sexta-feira.

O Dow Jones subiu 0,10%, para 46.138,77 pontos. O S&P 500 teve alta de 0,38%, a 6.642,19, enquanto o Nasdaq avançou 0,59%, para 22.564,23 pontos.

Já as bolsas europeias fecharam mistas, conforme investidores repercutiam os sinais sobre juros nos EUA e a indicação de que novos progressos haviam sido feitos para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia.

No fechamento, o índice STOXX 600 caiu 0,30%. Entre os principais mercados, Londres (FTSE 100) subiu 0,13%, Frankfurt (DAX) caiu 0,80%, e Paris (CAC 40) ganhou 0,02%.

Já na Ásia, os mercados despencaram, acompanhando a onda de vendas nos mercados globais da véspera, com ações de tecnologia liderando as perdas.

Em Tóquio, o Nikkei caiu 2,40%, a 48.626 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng recuou 2,4%, enquanto Xangai teve perdas de 2,5% e o CSI300 teve queda de 2,4%.

Dólar — Foto: Reuters/Lee Jae-Won/Foto de arquivo

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