Dólar abre em queda com investidores atentos à inflação e julgamento de Bolsonaro

Dólar abre em queda com investidores atentos à inflação e julgamento de Bolsonaro

O dia será marcado pela divulgação de dados da inflação no Brasil e nos Estados Unidos, que movimentam o radar econômico dos investidores. No campo político, as atenções se voltam para mais uma etapa do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

▶️ Nesta quarta-feira, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), será o terceiro a votar no julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados. Eles respondem por participação na tentativa de golpe de Estado.

  • Com a conclusão do julgamento prevista para sexta-feira (12), a percepção no mercado é de que a condenação de Bolsonaro é praticamente certa. A preocupação, no entanto, é que a decisão possa provocar novas reações negativas por parte do governo dos Estados Unidos.

▶️ No cenário internacional, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) de agosto dos EUA será publicado. Os economistas estimam uma alta mensal de 0,3% e de 3,3% em relação ao ano passado.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

💲Dólar

  • Acumulado da semana: +0,42%;
  • Acumulado do mês: +0,26%;
  • Acumulado do ano: -12,04%.

📈Ibovespa

  • Acumulado da semana: -0,72%;
  • Acumulado do mês: +0,13%;
  • Acumulado do ano: +17,73%.

Julgamento de Bolsonaro

O relator do caso, Alexandre de Moraes, já havia votado no mesmo sentido, afirmando que os réus compuseram o chamado núcleo crucial da trama golpista — uma organização criminosa que tentou manter Bolsonaro no poder e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Dino fez uma ressalva em relação ao voto de Moraes: para ele, as penas dos réus Alexandre Ramagem, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira devem ser menores, pelo fato de eles terem menor participação na trama golpista.

Além de Dino e Moraes, os demais ministros da Turma – Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente do colegiado – ainda precisam se posicionar. A expectativa é de que o julgamento seja concluído até a próxima sexta-feira (12).

Em um post na rede social X, na segunda-feira (8), o subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos EUA lembrou da comemoração da independência do Brasil neste domingo (7) e falou do ministro para criticar ‘abusos de autoridade’:

“Ontem marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores da liberdade e da justiça. Em nome do ministro Alexandre de Moraes e dos indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”.

Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos, ressalta que, na visão do mercado, a condenação do ex-presidente é considerada inevitável. Porém, a principal questão é como os EUA podem reagir ao Brasil em decorrência desse cenário.

“Na minha visão, já não há dúvidas de que Bolsonaro será sentenciado em breve. A questão central é o que acontece depois disso, especialmente diante da incerteza sobre como Trump pode reagir. Outro aspecto relevante é quem será o candidato indicado por Bolsonaro para assumir seu lugar.”

IPCA de agosto

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, aponta que os preços caíram 0,11% em agosto, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A inflação teve uma desaceleração no mês passado, já que o resultado ficou 0,37 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,26% de julho. Ainda assim, o resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, que apontava uma queda de 0,15% na inflação de agosto.

Com os resultados de agosto, o IPCA acumula uma alta de 5,13% nos últimos 12 meses. O resultado permanece acima da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%. Em 2025, os preços já subiram 3,15%.

Bolsas globais

Em Wall Street, os índices atingiram novos recordes após os investidores reagirem à revisão nos números de emprego nos EUA.

O Dow Jones subiu 0,43%, aos 45.711,65 pontos. O S&P 500 avançou 0,27%, aos 6.512,61 pontos, e o Nasdaq Composite teve ganhos de 0,37%, aos 21.879,49 pontos.

Na França, o clima é de tensão devido à situação fiscal do país, que pode levar a uma reavaliação da nota de crédito. Os investidores também aguardam a escolha do novo primeiro-ministro francês e estão atentos à próxima decisão sobre os juros na zona do euro.

No fechamento, o índice europeu STOXX 600 registrou leve alta de 0,06%, encerrando aos 552,39 pontos. Em Londres, o Financial Times avançou 0,23%, a 9.242,53 pontos, enquanto em Frankfurt o DAX recuou 0,37%, para 23.718,45 pontos. Em Paris, o CAC-40 teve valorização de 0,19%, atingindo 7.749,39 pontos.

Na Ásia, os mercados tiveram desempenho misto. As bolsas de Hong Kong se destacaram com forte alta, impulsionadas pela expectativa de que os EUA reduzam os juros em breve, o que pode beneficiar economias emergentes. Já na China continental, os índices caíram, refletindo preocupações internas.

No fechamento, o índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,19%, a 25.938 pontos. Em Tóquio, o Nikkei caiu 0,4%, encerrando o dia em 43.459 pontos. Na China, o índice de Xangai perdeu 0,51% e o CSI300 caiu 0,70%.

Em outras partes da Ásia, o Kospi (Coreia do Sul) subiu 1,26%, o Taiex (Taiwan) avançou 1,25%, enquanto o Straits Times (Singapura) recuou 0,30% e o S&P/ASX 200 (Austrália) caiu 0,52%.

Cotação do dólar mostra menor confiança na economia brasileira devido a gastos e dívidas do governo — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

*Com informações da agência de notícias Reuters

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