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Dólar abre em alta com foco no alívio tarifário e incertezas nos EUA | G1

por Redação
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Na volta do feriado, os investidores brasileiros dividem a atenção entre fatores internos e externos. No doméstico, a ampliação da lista de produtos nacionais isentos das tarifas dos Estados Unidos pode dar algum impulso aos ativos locais. Já no exterior, dados recentes e discursos de autoridades americanas seguem influenciando as apostas sobre os próximos passos dos juros nos EUA.

▶️ A redução de tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros, como carne bovina, café e cacau, reacende a perspectiva de melhora para ativos locais na reabertura dos mercados nesta sexta.

▶️ Na véspera, sem pregão no Brasil, o mercado acompanhou Nova York, onde as bolsas abriram em alta após os resultados e projeções otimistas da Nvidia. Comentários do CEO reforçaram o entusiasmo inicial, mas o movimento perdeu força e os ganhos foram revertidos depois da divulgação do payroll de setembro.

  • O relatório mostrou criação de 119 mil vagas fora do setor agrícola, acima das estimativas, o que reduziu as apostas em corte de juros pelo Fed em dezembro.

▶️ O humor global pode mudar conforme dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) discursam ao longo do dia; pelo menos cinco autoridades participam de eventos e seus comentários podem influenciar as expectativas.

▶️ Ainda por lá, indicadores como o PMI, a confiança do consumidor e as projeções de inflação também entram no radar, já que podem alterar a leitura sobre qual será o próximo passo da política monetária dos EUA.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.

💲Dólar

  • Acumulado da semana: +0,78%;
  • Acumulado do mês: -0,78%;
  • Acumulado do ano: -13,62%.

📈Ibovespa

  • Acumulado da semana: -1,49%;
  • Acumulado do mês: +3,91%;
  • Acumulado do ano: +29,19%.

Agenda econômica

  • Indicador de Comércio Exterior (ICOMEX)

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 7 bilhões em outubro, alta de US$ 2,9 bilhões em relação ao mesmo mês de 2024. Os dados fazem parte do relatório do Indicador de Comércio Exterior (ICOMEX), divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).

  • As exportações cresceram 9,1%, enquanto as importações caíram 0,8%.
  • No acumulado do ano até outubro, o saldo é de US$ 52,4 bilhões, mas isso representa queda de US$ 10,4 bilhões frente ao mesmo período do ano passado.
  • Nesse intervalo, as exportações subiram 1,9% e as importações avançaram 7,1%.

Em termos de volume, as exportações aumentaram 11,3% em outubro, enquanto as importações recuaram 2,5%. No acumulado, os volumes cresceram 4,3% e 8%, respectivamente. A queda nos preços exportados foi maior que a das importações, com alta de preços nas compras externas de 1,9% no mês.

A redução do saldo total está ligada à menor diferença com a China, que caiu de US$ 30,4 bilhões para US$ 24,9 bilhões, e ao aumento do déficit com os EUA, que passou de US$ 1,4 bilhão para US$ 6,8 bilhões. Já a Argentina saiu de déficit de US$ 4,7 bilhões para superávit de US$ 5,1 bilhões, mas isso não compensou as perdas com China e EUA.

Entre os produtos, petróleo, minério de ferro e soja lideraram as exportações, com altas de 9%, 29,5% e 42,7% em valor. As commodities cresceram 13,5% em volume no mês, enquanto as não commodities avançaram 6,3%. A indústria extrativa foi destaque, com alta de 21,1% em outubro.

O BC informou nesta quarta-feira que o Brasil registrou saída líquida de dólares em novembro até o dia 14, totalizando um fluxo cambial negativo de US$ 3,004 bilhões. Esse movimento considera todas as operações de câmbio contratadas no período.

O fluxo cambial é dividido em dois canais: financeiro e comercial.

  • Pelo canal financeiro — que inclui investimentos estrangeiros, remessas de lucros, pagamento de juros e operações de câmbio para aplicações — houve saída líquida de US$ 2,536 bilhões.
  • Já pelo canal comercial, que envolve exportações e importações, o saldo foi negativo em US$ 468 milhões.

Na semana de 10 a 14 de novembro, o fluxo total também foi negativo, somando US$ 1,219 bilhão.

No acumulado do ano até 14 de novembro, o Brasil registra um déficit de US$ 15,688 bilhões, resultado de mais saídas do que entradas de dólares no país.

Ata do Fed

A ata da última reunião do Federal Reserve, o banco central americano, divulgada nesta quarta-feira (19), mostrou que os dirigentes da instituição estavam divididos quando decidiram reduzir os juros norte-americanos.

Isso porque, apesar de muitos participantes terem se mostrado favoráveis à redução de juros nos EUA, vários outros se opuseram ao corte, expressando preocupação com a inflação norte-americana — que segue acima da meta de 2% estipulada pelo Fed.

“A maioria dos participantes destacou que […] novas reduções nas taxas de juros podem aumentar o risco de que a inflação mais alta se consolide ou podem ser mal interpretadas como implicando uma falta de comprometimento de formuladores de política monetária com a meta de inflação de 2%”, indicou o documento.

O encontro ocorreu em um cenário atípico: falta de dados oficiais devido à paralisação do governo, sinais econômicos contraditórios e uma transição de liderança nos últimos meses do mandato do presidente do Fed, Jerome Powell.

Na reunião, houve discordâncias sobre o ritmo da política monetária. Por 10 votos a 2, o Fed decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4,00%.

Powell reconheceu que havia “pontos de vista fortemente diferentes” e afirmou que “há um consenso crescente de que talvez devêssemos esperar pelo menos um ciclo” antes de novos cortes.

A falta de dados oficiais antes do encontro obrigou as autoridades a usar informações alternativas, o que aumentou a cautela.

Embora os dados do governo tenham voltado a ser divulgados, ainda não há clareza sobre quais estarão disponíveis para a próxima reunião, marcada para 9 e 10 de dezembro.

O relatório de emprego de setembro, por exemplo, só será publicado amanhã (20).

O debate no Fed gira em torno dos riscos para inflação e mercado de trabalho. Novos dados podem mudar essa avaliação, mas, por enquanto, os investidores veem cerca de 50% de chance de outro corte nos juros no próximo mês. A ata será divulgada às 16h (horário de Brasília).

Bolsas globais

Nos EUA, os principais índices de Wall Street encerraram em alta nesta quarta-feira (19), conforme investidores aguardavam a divulgação do balanço da Nvidia, que devem ser divulgados ainda hoje.

Os resultados são vistos como um teste para a valorização das ações ligadas à inteligência artificial. Inclusive, o desempenho pode definir se o movimento de alta do setor continua ou perde força.

O Dow Jones subiu 0,10%, para 46.138,77 pontos. O S&P 500 teve alta de 0,38%, a 6.642,19, enquanto o Nasdaq avançou 0,59%, para 22.564,23 pontos.

Já as bolsas europeias fecharam de forma mista, também à espera do balanço da Nvidia, que influencia o sentimento global sobre tecnologia.

Também ficou no radar dos investidores europeus a inflação do Reino Unido, que caiu para 3,6% em outubro, reforçando expectativas de corte nos juros pelo Banco da Inglaterra antes do Natal.

No fechamento, o índice STOXX 600 caiu 0,03%. Entre os principais mercados, Londres (FTSE 100) recuou 0,47%, Frankfurt (DAX) subiu 0,16%, enquanto Paris (CAC 40) registrou queda de 0,18%.

Enquanto isso, os mercados asiáticos fecharam com resultados mistos.

As ações em Hong Kong caíram pelo quarto dia seguido, pressionadas por tensões diplomáticas entre China e Japão e pelo clima de cautela após quedas em Wall Street.

Além disso, comentários da primeira-ministra japonesa sobre Taiwan aumentaram as preocupações geopolíticas, o que pode afetar a economia chinesa.

Em Tóquio, o Nikkei caiu 0,3%, a 43.537 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng recuou 0,38%, enquanto Xangai subiu 0,18% e o CSI300 avançou 0,44%. Seul e Taiwan tiveram quedas de 0,61% e 0,66%, respectivamente, enquanto Cingapura registrou leve alta de 0,09%.

Notas de dólar. — Foto: Murad Sezer/ Reuters

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