O cálculo do governo prevê um acréscimo de R$ 35, 06 bilhões por ano na tarifa de energia.
Durante a tramitação do projeto das eólicas, os parlamentares incluíram na proposta os chamados ‘jabutis’, artigos que não correspondem ao tema original do texto. O governo vetou parte desses trechos, mas acabou derrotado por deputados e senadores na sessão de terça-feira (17).
Com a rejeição dos vetos, o governo será obrigado:
- a contratar energia de pequenas centrais hidrelétricas: custo de 12,4 bilhões;
- Contratar hidrogênio líquido a partir do etanol na Região Nordeste e de eólicas na Região Sul; custo de 1,4 bilhão;
- Prorrogar por 20 anos contratos de compra de energia do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa): custo de R$ 0,6 bilhões;
- contratar leilão de térmicas a gás mesmo sem necessidade:custo R$ 20,6 bilhões.
Associações alertaram
Um grupo formado por 12 associações do setor de energia encaminhou uma carta à Presidência da República alertando que estes trechos poderiam encarecer em R$ 545 bilhões, até 2050, para o consumidor a conta de energia. Os cálculos do governo agora estimam um custo ainda maior.
Após o alerta, o presidente Lula vetou pontos do projeto. Mas os parlamentares reverteram a decisão, ou seja, retomaram na lei os artigos que tornam a tarifa mais cara.
Nesta quinta (19), a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência confirmou que o governo vai editar nos próximos dias uma medida provisória (MP) com objetivo de diminuir o impacto na conta de luz.
“Diante desse quadro, em conversa com o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre, ajustamos o envio de Medida Provisória para revisar esses pontos, de forma a garantir menor impacto sobre o preço da energia aos consumidores”, diz a nota da secretaria.
Ainda restam outros vetos a trechos da lei das ólicas para serem apreciados. Portanto, esse ônus para o consumidor pode aumentar.
Os ministros Gleisi Hoffmann (SRI) e Rui Costa (Casa Civil) se reuniram com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e líderes da base governista na quarta-feira (18) para tratar do tema.