Depois de tarifaço, compras de café brasileiro pelos EUA caem pela metade em 1 ano

Depois de tarifaço, compras de café brasileiro pelos EUA caem pela metade em 1 ano

As compras de café brasileiro pelos Estados Unidos caíram 52,8% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2024, apontou o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), nesta quinta-feira (9).

Os norte-americanos importaram 332.831 sacas, ficando em 3° lugar no ranking mensal de clientes do Brasil. A líder foi a

(654.638 sacas) e a segunda colocada a Itália (334.654 sacas), mas ambos também registraram quedas nas compras, de 16,9% e 23%, respectivamente.

Além disso, o declínio é justificado pelo fato de os dados serem em comparação a setembro de 2024, quando o Brasil exportou volumes recordes.

O país exportou no mês passado, por exemplo, mais do que o visto no mesmo período de 2023, 2022 e 2021, conforme tabela divulgada pelo Cecafé.

Ainda assim, o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, disse em nota que não é possível renunciar ao mercado dos EUA. Os norte-americanos permanecem na liderança das exportações dos cafés do Brasil no acumulado do ano, e pediu negociação.

“O Poder Executivo precisa se mobilizar com urgência em prol do país. Não existe mais o receio de não haver abertura ao diálogo diplomático”, disse Ferreira, lembrando dos recentes contatos entre os presidentes Lula e Trump.

Brasil exporta menos café, mas fatura mais

Os embarques de café arábica recuaram 10,1% ante setembro de 2024, para 2,97 milhões de sacas, enquanto as exportações de grãos canéforas (robusta e conilon) somaram 489,7 mil sacas, redução de 47,4% na mesma comparação.

Considerando a exportação do produto industrializado, o Brasil exportou 3,750 milhões de sacas de 60 kg, queda de 18,4% ante o mesmo mês de 2024.

Mas a queda em volume não reflete o faturamento do setor: em setembro, o país lucrou 11,1% a mais com as vendas. No acumulado de janeiro a setembro, a alta foi de 30%.

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