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CPI do Crime Organizado recebe diretor-geral da PF nesta terça, em meio a discussões sobre o Projeto Antifacção

por Redação
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Câmara pauta projeto antifacção, com versão que mantém competências da PF
A CPI do Crime Organizado vai ouvir nesta terça-feira (18) o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues.
A ida dele ocorre em meio ao debate sobre o Projeto Antifacção, para combater as facções criminosas.
A expectativa é que Andrei seja questionado tanto sobre a atuação da PF no enfrentamento ao crime organizado quanto sobre trechos do projeto que, nas versões intermediárias apresentadas pelo relator, retiravam poderes da corporação — o que gerou reação de delegados, entidades de classe e parlamentares alinhados ao governo.
Clima político
A presença do diretor-geral reforça o peso político da CPI, instalada após a megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, que deixou 121e reacendeu o debate sobre o avanço das facções e das milícias no país.
A segurança pública é vista como prioridade pela opinião pública e por partidos que se movimentam de olho nas eleições de 2026.
O colegiado é presidido por Fabiano Contarato (PT-ES) e tem como relator Alessandro Vieira (MDB-SE). Ambos são delegados de polícia. Contarato venceu a disputa pelo comando da CPI por 6 votos a 5, derrotando Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que acabou escolhido vice-presidente.
Em sua primeira fala como presidente, Contarato defendeu as forças policiais e afirmou que o combate às facções exige ação contínua, e não operações isoladas.
“O combate ao crime organizado só será eficaz se for contínuo. O Estado precisa retomar o controle das comunidades, oferecer emprego. Não podemos romantizar a vida de quem precisa seguir leis de criminosos para se manter vivo”, disse.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues
Reprodução
O que a CPI investiga
A CPI do Crime Organizado tem prazo inicial de 120 dias e pretende apurar:
a estrutura e expansão de PCC, CV e milícias;
fontes de financiamento e lavagem de dinheiro;
domínio territorial e prisional;
conexões regionais e internacionais;
possível infiltração no poder público.
Ao final, o colegiado deve propor mudanças na legislação e sugerir ações integradas entre União, estados e municípios.
Entre os integrantes indicados estão figuras centrais na disputa política sobre segurança, como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES), Randolfe Rodrigues (AP) (suplente) e Sergio Moro (União-PR) (suplente).
Câmara deve votar nesta terça
A oitiva desta terça ocorre no mesmo dia em que a Câmara deve tentar votar o PL Antifacção, de autoria do governo, mas que foi profundamente modificado pelo relator, Guilherme Derrite (PP-SP).
A discussão virou palco de disputa entre PT e PL, as duas maiores bancadas da Casa. Ambos os partidos se dizem insatisfeitos com a última versão apresentada por Derrite.
O que o PL critica:
quer incluir dispositivo que equipara atos de facções ao crime de terrorismo;
quer proibir audiências de custódia para presos em flagrante ligados a facções;
pressiona por mais tempo de debate — tenta adiar a votação para dezembro.
Segundo o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ):
“Há avanços, mas faltam os pontos principais para nós.”
O que o PT critica:
diz que o novo texto reduz a capacidade da Receita Federal de descapitalizar facções;
afirma que Derrite retirou medidas cautelares especiais previstas no projeto original;
reclama da criação de uma nova lei paralela à lei de organizações criminosas.
Para o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ):
“A proposta perde a espinha dorsal: a capacidade de bloquear rapidamente recursos ilícitos.”
Congresso intensifica agenda de segurança pública
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem dito que acredita na aprovação do texto e que a discussão precisa avançar “sem troféus” para governo ou oposição.
Segundo Motta, o objetivo é responder ao clamor da sociedade por segurança:
“A direita e a esquerda podem brigar por narrativas. O que me move é o essencial: endurecer penas e responder ao pedido mais legítimo da sociedade — o direito de viver em paz.”
Clima de pressão
Com a CPI instalada, o PL Antifacção em disputa e a continuidade do debate sobre operações policiais de larga escala, a fala do diretor-geral da PF acontece no epicentro de uma agenda que deve dominar o Congresso nas próximas semanas.
A corporação é protagonista da investigação de facções em todo o país e peça central no desenho de qualquer política nacional de combate ao crime organizado.
A expectativa é que Andrei Passos Rodrigues seja cobrado sobre:
atuação integrada com estados,
desafios do avanço territorial das facções,
lacunas da legislação atual,
e os pontos do PL Antifacção que atingem diretamente a PF.

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