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Complacência com o AUTISMO

por Editor
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Em 2008 a ONU (Organização das Nações Unidas) decretou o dia 2 de abril como o dia Mundial da Conscientização do Autismo; dessa forma surgiu a Campanha Abril Azul, de modo a chamar a atenção e ampliar o conhecimento acerca dessa patologia, a qual se manifesta mais comumente no sexo masculino (por isso a cor azul foi escolhida para representar a campanha). Até então, a complexidade que o assunto envolve tornava o diagnóstico do Autismo em algo absolutamente difícil de compreender, até mesmo para os pais das crianças que conviviam com o espectro em si.
 
Mas o que é autismo?
É um transtorno do desenvolvimento caracterizado pelo atraso no desenvolvimento das habilidades sociais, comunicativas e cognitivas.
 
O que desencadeia o transtorno do espectro autista?
Existem muitas informações a respeito do que seria a “causa” do que desencadeia o Transtorno do Espectro Autista.
 
·         Muitos estudos sugerem que o Transtorno do Espectro Autista pode ser influenciado pelo aspecto da herança genética. Ainda sobre o fator genético os mesmos levantamentos apontam que em determinados casos, cujo mais de um membro da mesma família apresente sinais de autismo, pode haver algum padrão de autismo ou deficiência que seja relacionado. Isso  reforça a ligação genética que tende a existir.
 
·         Aspectos genéticos e ambientais respondem por grande parte dos casos, embora a hereditariedade seja um fator relevante, tal aspecto só corresponde à metade dos casos. A outra parte fica por conta dos fatores ambientais.
 
·         Além do aspecto genético, a questão ambiental pode responder por uma parcela considerável na incidência do Transtorno do Espectro Autista ainda na fase fetal. Pesquisas afirmam que situações como estresse, exposição a substâncias químicas e tóxicas, infecções, desequilíbrios metabólicos e problemas durante a gravidez podem ser causadores de autismo. Além disso, outros estudos não descartam o uso de alguns medicamentos durante a gestação como possíveis aspectos para a ocorrência do TEA em crianças.
 
Como é diagnosticado?
O diagnóstico é feito exclusivamente pela observação comportamental da criança, além de entrevista com os pais ou responsáveis. Ou seja, os especialistas chegam ao diagnóstico do autismo por meio da observação direta e de entrevistas, realizadas com os pais do paciente, a fim de se obter informações que possam reforçar a análise do médico.
 
É possível saber quais são os sintomas de Autismo com facilidade? Se meu filho apresentar algum sinal que sugira a existência do espectro, quem eu devo procurar?
Estes questionamentos que vivem tirando a o sono de milhares de pais diariamente. A preocupação é justificável, pois se o diagnóstico for confirmado, o tratamento deve começar em tempo hábil. Quanto mais cedo iniciar as intervenções, maiores serão as chances do alcance considerável de melhoras.
 
Quais os sintomas?
O Transtorno do Espectro Autista nunca se manifesta de maneira idêntica nos pacientes. Há pessoas com autismo que trabalham, estudam e aproveitam tudo que uma vida social pode oferecer. Por outro lado, existem aqueles que precisam de mais cuidados por não desfrutarem de tanta independência. Logo nos primeiros anos de vida, a criança começa a mostrar alguns sinais dos sintomas de Autismo como:,
 
·         Demonstração de maior interesse por objetos que pessoas
·         Ausência de contato visual quando chamada por alguém.
·         Não demonstra curiosidade em manusear objetos à sua volta.
·         Na literatura tem sido descrita uma relação direta do autismo com a nutrição, visto que em seu comportamento alimentar o autista pode apresentar seletividade na escolha dos alimentos, recusa, bem como indisciplina durante a realização das refeições.
·         Padrões restritos e repetitivos de comportamento.
·         Interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou comportamentos sensoriais incomuns.
·         Excessiva adesão/aderência a rotinas e padrões ritualizados de comportamento.
·         Interesses restritos, fixos e intensos.
·         Algumas cores também podem afastar completamente qualquer possibilidade de aproximação do autista, tendo em vista a sensibilidade visual (tanto a hipersensibilidade quanto a hipossensibilidade) que deve ser levada em conta. Há casos de pacientes que ficam sobrecarregados visualmente quando estimulados. O indivíduo com autismo pode ter uma menor discriminação cromática em relação àqueles que não têm o TEA. No entanto, tudo isso entra na questão da característica que cada um traz consigo, ou seja, não se pode generalizar. Cada caso é diferente.
 
Ressaltando que esses sintomas devem estar presentes no início da infância, mas podem não se manifestar completamente até que as demandas sociais excedam o limite de suas capacidades. Portanto, nota-se uma ampla variedade quanto aos sinais que o transtorno causa na vida do paciente e de toda a família. Diante disso, é importante que o tratamento esteja nas mãos de pessoas que tenham todo o preparo para lidar em cada caso. A partir do momento que o profissional diagnostica a existência do Autismo, o passo seguinte é a proposição de uma intervenção interdisciplinar que possa oferecer melhores condições para o seu desenvolvimento. O autismo é uma condição que exige o máximo de conhecimento por parte daqueles que convivem com os portadores deste transtorno, a modo de que se saiba lidar com as peculiaridades e necessidades do paciente, sobretudo durante a fase inicial – na infância –, possibilitando melhorias na qualidade de vida e minimizando os “prejuízos” quanto ao crescimento e desenvolvimento.
 
 
Abaixo segue na íntegra uma carta escrita por Elda Maria Rabelo, bacharel em Direito, membro da diretoria Centro de Convivência Autismo e Otimismo aqui em Uberlândia e desempenha a função mais importante, ser MÃE de uma criança autista.
 
“Dia 2 de Abril. Dia Mundial da Conscientização do Autismo temos muito que conscientizar nossa população. Deixo aqui o meu desabafo como mãe. Meu filho está dentro do espectro no quadro leve, inicialmente não falava quase nada e hoje com tratamento fala de tudo, porém junto vieram também outras dificuldades que é falar muito e muita coisa ao mesmo tempo. Comportamento este que requer outros tratamentos e treinamentos. Bom, faço um desabafo, porque meu filho entende bem os comandos e sempre conversando e ensinando com muita persistência ele vai aprendendo, mas é um trabalho de formiguinha e demorado, não é  de um dia pra o outro que essa luz ascende por completo.
 
Ultimamente  passei por duas situações em estabelecimentos na cidade de Uberlândia que me incomodou bastante. Uma foi numa credenciada pra renovação Carteira de Habilitação do meu marido e outro num consultório  Médico – clínica particular – aguardando retorno médico. Mais de uma hora e meia esperando pra ser atendida. Nos dois lugares houve reclamação que meu filho estava falando muito e estava atrapalhando os atendimentos. Em um dos lugares um médico falou:
 
– “Quem é a mãe do menino que está falando muito”? Chama atenção dele porque está atrapalhando minhas consultas”.
 
No mesmo tom, respondi: – “Para um autista é difícil falar pra fazer silêncio, mas vou tentar. Pra quem conhece o meu filho sabe o quanto eu o corrijo. Infelizmente as pessoas estão  intolerantes em entender o próximo e já vão com 7 pedras questionando”.
 
Depois que falei que meu filho era autista e que tinha dificuldades, o referido médico disse pra eu ficar a vontade. A pergunta que se faz é: Será que vou ter que falar pra todo mundo que meu filho é autista? Eu na batalha diária pode ter certeza que sempre ensinarei o meu filho ter uma postura dentro dos padrões e acima de tudo ser uma pessoa boa  e complacente com o próximo”.
 
Caro leitor, encerro essa postagem com a seguinte reflexão: “A mãe concluiu sua carta afirmando que ensinará seu filho ter uma postura dentro dos padrões sociais, mas acima de tudo ser uma pessoa boa  e complacente com o próximo. Em cima dessa afirmação, pergunto? O autista tem aprendido ser complacente com o próximo. Mas e o próximo? Tem sido complacente com o autista e seus familiares?

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