A tecnologia que aproxima pacientes brasileiros dos melhores cirurgiões do planeta
Um estudo conduzido no Hospital das Clínicas da USP mostrou que o uso de tecnologia robótica em cirurgias de câncer de próstata pode reduzir em até 25% o risco de disfunção erétil e em 15% o de incontinência urinária, quando comparado ao método tradicional.
Segundo o cirurgião urologista Rafael Coelho, que participou da pesquisa, a precisão dos robôs permite preservar as estruturas nervosas e musculares ao redor da próstata, garantindo recuperação mais rápida e menos sequelas. “Com a tecnologia robótica, eu consigo preservar toda a inervação e as estruturas que ficam ao redor da próstata”, explica o médico.
“Estamos encurtando distâncias e ampliando o acesso. Esse é o grande benefício da telecirurgia.”
A técnica foi aplicada em um caso inédito no Brasil, realizado de forma totalmente remota. O cirurgião em São Paulo operou um paciente em Porto Alegre. Eles protagonizaram a primeira telecirurgia robótica não experimental feita inteiramente no país.
Aos 73 anos, o gaúcho Paulo Feijó aceitou o desafio de ser operado à distância, após descobrir um câncer em exame de rotina.
O doutor Rafael operou a partir do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, enquanto em Porto Alegre o robô reproduzia com exatidão cada movimento feito no console, filtrando até o menor tremor das mãos. O principal desafio era evitar a latência, o atraso entre o comando e a execução
“A gente tá com um delay de menos de 30 milissegundos, quase imperceptível para mim.”
A operação foi um sucesso. Enquanto o robô obedecia aos comandos de São Paulo, os sinais vitais eram monitorados presencialmente em Porto Alegre.
“Foi uma coisa fora do normal pra mim, pra te dizer a verdade. A cirurgia levando uma hora parece que eu fui num posto de saúde, fiz um curativo e vim embora, de tão rápido que foi”, disse Feijó, aliviado após o procedimento.
Cirurgia robótica realizada inteiramente no Brasil
Reprodução/TV Globo
Cirurgia de próstata com auxílio de robô reduz em 25% o risco de disfunção erétil, aponta estudo
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