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A medida foi anunciada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na quarta-feira (25) e representa um marco para a cadeia de biocombustíveis. Para a região de Ribeirão Preto (SP), com forte presença de usinas sucroenergéticas, a decisão é vista como um passo fundamental para o avanço do setor.
Na prática, a partir de 1º de agosto, o percentual de mistura do etanol na gasolina de 27% vai para 30% e, no caso do biodiesel, a elevação será de 14% para 15%.
“Essa decisão histórica reforça o posicionamento do Brasil na transição energética global e representa uma conquista importante para toda a cadeia produtiva de biocombustíveis, do produtor rural à indústria de base”, destacam em nota conjunta Ceise Br e CPL Bioenergia.
O objetivo do CNPE com a aprovação da nova mistura é elevar o Brasil até a autossuficiência em petróleo e não depender da oscilação do mercado internacional, ainda mais agora com a escalada dos conflitos no Oriente Médio.
“O petróleo, com essas incertezas, fica toda hora variando o preço na bomba para o consumidor, então, mesmo que hoje a Petrobras consiga controlar isso, porque tem um ‘colchão’, a medida será muito importante para ela, para o Brasil e para o consumidor também”, afima Antônio Eduardo Tonielo Filho, diretor do Ceise Br.
Impacto na economia local e nacional
Neste caso, a região de Ribeirão Preto, com forte concentração de usinas sucroenergéticas e indústrias de base que fornecem equipamentos e tecnologia, tem muito a ganhar com a aprovação do E30 e B15.
A expectativa também é de retomada de investimentos e geração de novos empregos. Segundo as entidades, a medida impulsiona a autossuficiência energética do país, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e fortalecendo a economia nacional.
Com o aumento da demanda por etanol e biodiesel, as usinas devem ser estimuladas a ampliar e modernizar a capacidade instalada, investindo em tecnologias de refino e processamento.
Isso pode gerar mais oportunidades para a indústria metalúrgica e de equipamentos de Sertãozinho e cidades vizinhas, que já são referências neste segmento.
Bomba de combustível em posto de Ribeirão Preto, SP gasolina etanol combustíveis — Foto: Reprodução/EPTV
Compromisso ambiental e benefícios ao consumidor
Além dos benefícios econômicos, a decisão é considerada um passo estratégico para a descarbonização da matriz de transporte brasileira, alinhada aos compromissos climáticos do Brasil para a COP30.
A priorização de combustíveis renováveis valoriza o potencial produtivo do setor e, de acordo com o Ceise Br, pode trazer ganhos ao consumidor, com a expectativa de redução de preços na bomba e a criação de novos postos de trabalho.