Casa Branca cita JBS e empresa controlada pela Marfrig, entre outras, ao falar de investigação de Trump contra

Casa Branca cita JBS e empresa controlada pela Marfrig, entre outras, ao falar de investigação de Trump contra

A investigação foi anunciada em uma rede social pelo presidente americano.

Apesar de não citar empresas na postagem, Trump disse que “sempre vai proteger os pecuaristas americanos, e eles estão sendo acusados por algo que tem sido feito por frigoríficos com maioria de capital estrangeiro”.

A Procuradora-Geral do país, Pamela Bondi, disse que a investigação já está em andamento.

Em um artigo cujo título cita “cartéis” de frigoríficos estrangeiros, o site da Casa Branca mencionou outras duas empresas norte-americanas, Cargill e Tyson Foods, para falar da concentração do mercado de carne.

Estes frigoríficos dominam 85% do mercado do país, segundo um estudo de 2024 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) citado pela Casa Branca.

A JBS é a maior produtora de carne nos EUA, segundo o site da empresa. Já National Beef é a quarta maior, e reconhecida como a mais lucrativa do setor no país, diz a Marfrig.

O artigo no site do governo afirma que, por muito tempo, um pequeno grupo de empresas pressionou os pecuaristas norte-americanos, reduzindo rebanhos e aumentando os preços nos supermercados.

A investigação pedida por Trump vai apurar se os frigoríficos violaram leis antitruste ao combinar preços ou limitar a produção.

Segundo o governo dos EUA, entre 1980 e 1990, a fatia de gado comprada por esses frigoríficos passou de um terço para mais de 80% do rebanho nacional.

“Isso levou à exploração de consumidores, agricultores e pecuaristas americanos”, diz o artigo.

Uma reportagem do jornal norte-americano “The New York Times”, que citou a publicação da Casa Branca, lembrou que tentativas anteriores de quebrar o domínio dos principais frigoríficos no mercado falharam.

E que já faz tempo que os pecuaristas do país reclamam do poder excessivo dessas empresas.

O que diz o setor

Procuradas pelo g1, JBS e Marfrig não se manifestaram.

O Meat Institute, que reúne representantes da indústria dos EUA, como a Tyson Foods e JBS nos EUA, disse em comunicado o setor opera com prejuízos há mais de um ano, por causa da escassez de bois e da alta demanda.

“Apesar dos preços altos ao consumidor, os processadores de carne estão perdendo dinheiro devido ao valor recorde do gado”, diz em nota.

O instituto afirma que o mercado de carne é altamente regulado e que as transações são transparentes.

Além disso, diz que o governo tem os dados do USDA para confirmar que o setor está vivendo “perdas catastróficas”, que devem se manter até 2026.

O instituto também sustenta que os preços seguem a lógica da demanda.

Menos gado no pasto

Os estoques de gado dos EUA, em janeiro, caíram para o nível mais baixo em quase 75 anos, após os fazendeiros reduzirem seus rebanhos devido a uma seca de anos que queimou as terras de pastagem e aumentou os custos de alimentação.

O Brasil é o principal fornecedor de carne para a indústria norte-americana. É a carne que vira hambúrguer, por exemplo.

Apesar de os EUA também serem grandes produtores de carne, ainda precisam importar o alimento para suprir a demanda dos seus consumidores, que se manteve firme, aumentando os preços.

Pecuaristas insatisfeitos

Os pecuaristas norte-americanos criticam Trump desde outubro, depois do presidente sugerir que o país importe mais carne bovina da Argentina.

Na ocasião, Trump disse que usaria a medida para reduzir os preços da carne bovina nos EUA, que atingiram níveis recordes.

“Os pecuaristas, que eu amo, não entendem que a única razão pela qual estão indo bem, pela primeira vez em décadas, é porque eu impus tarifas sobre o gado que entra nos EUA, incluindo uma tarifa de 50% sobre o Brasil”, disse Trump em sua rede social.

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