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“Vamos comunicar [amanhã] a Omsa [Organização Mundial da Saúde Animal] e também todos os países importadores sobre o fato do Brasil ser novamente livre de influenza aviária”, disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, ao g1, nesta terça-feira (17).
A partir desta quarta, o governo espera que os países derrubem ou flexibilizem os embargos, o que não deve acontecer de forma imediata (saiba abaixo).
Se, até esta quarta, nenhum outro for confirmado, o Brasil volta a ter status de livre de gripe aviária, segundo regras da Omsa.
Os 28 dias são o tempo ideal para garantir que não haja vestígios do vírus no ambiente antes da retomada das atividades, explica o governo.
Por que países suspenderam compra de frango do Brasil, se não há risco para consumo?
Suspeitas
Desde o caso em Montenegro, o Ministério investigou seis suspeitas de gripe aviária em granjas comerciais, mas todas foram descartadas. Elas ocorreram em Ipumirim (SC), Aguiarnópolis (TO), Bom Despacho (MG), Anta Gorda (RS), Westfalia (RS) e União da Serra (RS).
No dia 4 de junho, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse, em coletiva de imprensa, que o governo investigava uma nova suspeita em uma granja de Teutônia (RS).
O secretário de Relações Internacionais, Luis Rua, explicou que esse caso também foi descartado (em 6 de junho) e que tem relação com Westfalia (RS).
Isso porque, no início do mês, o governo do Rio Grande do Sul identificou, em um frigorífico de Westfalia, aves com suspeita de H5N1 vindas de uma granja de Teutônia. As suspeitas de contaminação foram descartadas tanto no frigorífico, quanto na granja.
Apesar disso, o Brasil tem focos confirmados de gripe aviária em aves silvestres ou em criações domésticas, o que não interfere, entretanto, nas exportações de frango.
Esses casos vêm sendo registrados no Brasil desde 2023, quando a gripe aviária chegou ao Brasil. Desde então, o país teve 174 casos confirmados de gripe aviária, sendo 168 em aves silvestres, 5 de subsistência e uma comercial.
Exportações
Caso o Brasil fique livre da gripe aviária, isso não significa que os bloqueios ao frango, impostos por dezenas de países, cairão automaticamente.
A partir daí, caberá aos países que compram o frango brasileiro derrubarem os bloqueios ou reduzirem sua extensão, quando entenderem que devem fazê-lo.
O ministro Carlos Fávaro previu que, depois dos 28 dias, mercados que restringiram o frango de todo o Brasil – como China, a maior compradora – reduzam essa limitação apenas para o Rio Grande do Sul ou só para Montenegro.
Como estão os embargos
De acordo com a atualização mais recente do Ministério da Agricultura, feita no último dia 10, a União Europeia e outros 20 países mantinham bloqueio para todos os estados.
Outros 19 restringiram apenas os produtos do Rio Grande do Sul, incluindo grandes compradores como Arábia Saudita e México.
Em outros quatro países, o bloqueio é somente para a região de Montenegro, que não é grande exportadora.
Raio X da produção e venda de carne de frango do Brasil — Foto: Arte g1