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O mercado reagiu ao discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA. Ele sinalizou a possibilidade de um corte de juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), em setembro.
- 🔎 A perspectiva de juros menores nos EUA aumenta o apetite dos investidores por risco, reduz a atratividade do dólar e direciona mais capital para mercados emergentes, impulsionando a bolsa brasileira. (entenda mais)
▶️ No Brasil, continuam em destaque as tensões envolvendo o governo dos EUA. Na quarta-feira, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo por tentativa de intimidar autoridades ligadas ao processo sobre a tentativa de golpe de Estado.
Moretti exercerá a função até a próxima assembleia geral da companhia, em substituição a Pietro Mendes, que deixou o posto para assumir a diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Os papéis da estatal fecharam em forte alta nesta sexta. As ações ordinárias (PETR3) subiram 3,03%, enquanto as preferenciais (PETR4) avançaram 2,63%.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
- Acumulado da semana:+0,51%;
- Acumulado do mês: -3,12%;
- Acumulado do ano: -12,20%.
📈Ibovespa
- Acumulado da semana: +1,19%;
- Acumulado do mês: +3,68%;
- Acumulado do ano: +14,70%.
Powell sinaliza corte nos juros
Com os investidores atentos à trajetória dos juros nos EUA — e esperando dois cortes ainda este ano, começando pela reunião do Fomc no mês que vem —, chegou a vez de descobrir o que pensa o dirigente do BC americano, Jerome Powell.
Em seu discurso durante Simpósio de Jackson Hole, Powell afirmou que o primeiro corte de juros em oito meses pode estar próximo. No entanto, ele alertou que os efeitos do tarifaço ainda representam um risco de alta para a inflação.
Segundo ele, os últimos relatórios divulgados nos EUA indicam uma desaceleração do emprego no país. “Trata-se de um curioso tipo de equilíbrio, resultante de uma desaceleração acentuada tanto na oferta quanto na demanda por trabalhadores.”
Na prática, os sinais de enfraquecimento do emprego e do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA indicam que o Fed pode ter espaço para cortar os juros nos próximos meses, como forma de apoiar a economia.
Powell afirmou, porém, que a instituição ainda deve ter cautela sobre os possíveis efeitos das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.
- Analistas têm apostado em uma alta probabilidade de corte na taxa já na reunião de setembro, segundo dados da LSEG. Outro corte, até dezembro, também já está praticamente incorporado às projeções.
Dólar cai e bolsa sobe
As falas de Jerome Powell animaram os investidores ao redor do mundo. Segundo William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, muitos passaram a apostar na possibilidade de queda dos juros nos EUA.
Isso fez com que os títulos da dívida americana começassem a render menos, o que acabou enfraquecendo o dólar ao redor do mundo.
- 🔎 Quando os rendimentos dos títulos americanos caem, investir nos EUA fica menos atrativo para quem está fora do país. Isso pode fazer com que o dólar perca força em relação a outras moedas, já que há menos demanda por ativos americanos.
Segundo ele, a reação do mercado para essa perspectiva foi otimista, evidenciada pela valorização das ações listadas nas bolsas de valores, incluindo a brasileira.
“Essa dinâmica, com dólar desvalorizado, rendimentos menores e juros em queda, tende a beneficiar as empresas de capital aberto”, explica Castro.
Bolsas globais
Em Wall Street, investidores avaliam com positividade as falas de Powell, impulsionando as ações das empresas nas bolsas de Nova York.
O Dow Jones subiu 1,89%, aos 45.631,74 pontos, o S&P 500 avançou 1,51%, aos 6.466,48 pontos, e o Nasdaq teve alta de 1,88%, aos 21.496,54 pontos.
No mesmo caminho, as bolsas europeias também encerraram o pregão impulsionadas pela possibilidade de corte nos juros norte-americanos em setembro. O índice STOXX 600 subiu 0,40%, a 561,30 pontos, no maior nível em mais de cinco meses, e registrou sua terceira semana consecutiva de ganhos.
Londres avançou 0,13%, Frankfurt subiu 0,29%, paris ganhou 0,40%, Milão teve alta de 0,69% e Madri registrou valorização de 0,61%. Lisboa foi a única exceção, com queda de 0,50%.
As bolsas da Ásia tiveram a maior alta em 10 anos, impulsionadas pelo otimismo em relação ao setor de inteligência artificial. O índice de Xangai subiu 1,45% e fechou em 3.825,76 pontos, o maior nível desde agosto de 2015.
Já o CSI300, que reúne as maiores empresas de Xangai e Shenzhen, avançou 2,1%, alcançando o maior patamar em 10 meses e fechando a semana com ganho acumulado de 4,2%.
Dólar — Foto: Karolina Kaboompics/Pexels
*Com informações da agência de notícias Reuters