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BC confirma parada na alta de juro e diz que é cedo para concluir qual será o impacto da guerra no Irã sobre o petróleo e a economia

por Redação
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Selic a 15%: o que muda no seu bolso

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“O Comitê comunicou que antecipa uma interrupção no ciclo de elevação de juros para avaliar os impactos acumulados ainda a serem observados da política monetária [definição dos juros para conter a inflação]”, informou o BC, na ata do Copom.

Sobre a guerra no Oriente Médio, com a escalada do conflito com os ataques ao Irã por Israel e, mais recentemente, pelos Estados Unidos, o BC avaliou que “ainda é cedo para concluir qual será a magnitude do impacto sobre a economia doméstica, que, por um lado, parece menos afetada pelas recentes tarifas do que outros países, mas, por outro lado, é impactada por um cenário global adverso”.

Analistas têm apontado possíveis pressões inflacionárias por conta da pressão sobre o preço do petróleo no mercado mundial — que poderia ser repassado aos combustíveis no mercado interno.

“O conflito geopolítico no Oriente Médio e suas possíveis consequências sobre o mercado de petróleo também adicionam incerteza sobre o cenário externo prospectivo. O cenário já tem provocado mudanças nas decisões de investimento e consumo”, avaliou o Banco Central.

Como o Banco Central atua?

🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.

Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, pode baixar os juros. Se estão acima, tende a manter ou subir a Selic.

  • Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses.
  • Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
  • Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo semestre de 2026.
  • Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 5,24% (com estouro da meta), 4,5%, 4% e em 3,83%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC.

Banco Central do Brasil (BC). — Foto: Adriano Machado/ Reuters

Desaceleração da economia

O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país.

▶️Na ata da última reunião do Copom, divulgada em maio, o BC informou que o chamado “hiato do produto” segue positivo.

▶️Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.

▶️O Banco Central também informou que o juro alto já contribui para desaceleração da atividade e que impacto na geração de empregos deve se aprofundar.

Outros recados do Copom

  • O cenário prospectivo de inflação [expectativas para os próximos anos] “segue desafiador em diversas dimensões”. “As expectativas de inflação, medidas por diferentes instrumentos e obtidas de diferentes grupos de agentes, mantiveram-se acima da meta de inflação em todos os horizontes, tornando o cenário de inflação mais adverso”, informou o BC.
  • O cenário externo, diz o BC, continua “adverso e particularmente incerto”. “O Comitê avaliou que houve alguns desenvolvimentos que permitiriam a conclusão de uma melhora no cenário internacional, como a reversão parcial das tarifas, mas permaneceu a visão preponderante de um cenário internacional ainda incerto e volátil”, acrescentou.
  • O BC avalia que o cenário atual da de atividade econômica doméstica “segue marcada por sinais mistos com relação à desaceleração de atividade, mas observa-se certa moderação de crescimento”. “Dadas as defasagens inerentes aos mecanismos de transmissão da política monetária, espera-se que tais efeitos [de desaceleração] se aprofundem nos próximos trimestres. O Comitê reforça que o arrefecimento da demanda agregada é um elemento essencial do processo de reequilíbrio entre oferta e demanda da economia e convergência da inflação à meta”, diz o BC.
  • Os dados mais recentes confirmam, segundo o BC, a interpretação de um “mercado de trabalho dinâmico com expressiva geração de empregos formais e redução da taxa de desemprego”. “Houve, por outro lado, alguma desaceleração nos rendimentos, mas ainda persistem em patamar elevado, dando suporte ao crescimento da renda ampliada das famílias. Ressaltou-se que a inflexão no mercado de trabalho também é parte dos mecanismos de transmissão da política monetária e deve ficar mais evidente e forte ao longo do tempo, de modo compatível com um cenário de política monetária restritiva”, diz a instituição.

Gastos públicos em alta

O Banco Central voltou a avaliar que a chamada política fiscal, relativa aos gastos públicos, tem um impacto de curto prazo na economia, em maior parte por meio de estímulo à demanda agregada, e um impacto de médio prazo, que incorpora os efeitos do prêmio a termo da curva de juros (juros futuros mais altos, que impactam as taxas cobradas pelos bancos no mercado à vista).

“Uma política fiscal que atue de forma contracíclica [contendo despesas] e contribua para a redução do prêmio de risco [juros futuros altos] favorece a convergência da inflação à meta”, acrescentou o Banco Central, na ata do Copom.

O Banco Central também “reforçou a visão” de que o “esmorecimento” no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade.

“O Comitê, em sua análise de atividade, manteve a firme convicção de que as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas. Em particular, o debate do Comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas”, acrescentou o Banco Central.

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