Azul: Tribunal dos EUA aprova petições em nova audiência

Azul: Tribunal dos EUA aprova petições em nova audiência

Em nota, a Azul informou que “não houve qualquer objeção” por parte da corte americana e que a aprovação dos pedidos “garante a continuidade do processo, como planejado pela Companhia, na trajetória rumo a uma reestruturação bem-sucedida para transformar o futuro da Azul”.

O plano prevê financiamento de US$ 1,6 bilhão e ainda redução de 35% da frota futura, que se trata de uma devolução de modelos de aeronaves antigos. De acordo com a empresa, eles já deixaram de ser usados.

Na primeira audiência, realizada em 29 de maio em Nova York, as petições já haviam sido aprovadas interinamente.

O processo prevê mais audiências para tratar de outros tópicos. Segundo a assessoria da companhia, a próxima audiência está prevista para o próximo dia 15.

Relembre o caso

Azul detalha redução de frota e diz que recuperação judicial não terá impacto aos clientes

Como está recuperação judicial da Azul até agora?

  • A primeira audiência de recuperação judicial aconteceu em 29 de maio, e a segunda aconteceu em 9 de julho, ambas nos Estados Unidos;
  • Nelas, o plano de recuperação judicial da empresa foi aprovado, e com isso, a Justiça autorizou um financiamento de US$ 1,6 bilhão; a aprovação final deve acontecer na próxima audiência, prevista para 15 de julho.
  • Segundo o vice-presidente institucional da Azul, a ideia é usar parte do capital para ‘comprar’ parte da dívida e outra parte para custear a operação no período;
  • O plano prevê ainda redução de 35% da frota, que se trata de uma devolução de modelos de aeronaves antigos. De acordo com a empresa, eles já deixaram de ser usados;
  • O plano de recuperação judicial da Azul contém 20 pedidos, que foram aprovados pela Justiça norte-americana;
  • A empresa garante que o processo não vai afetar a operação da companhia e nem impactar clientes;
  • Segundo a Azul, não haverá demissões;
  • Objetivo geral é reduzir significativamente o endividamento e gerar caixa.

Redução de 35% da frota

“Isso não quer dizer uma redução. Boa parte desses aviões são aviões que já estavam paradas por falta de motores, ou falta de peças e por isso já não estavam atuando na frota da Azul. Outra parte desse número na verdade são pedidos futuros, pedidos de aeronaves que viriam em 2027, 2028 e 2029, e que a Azul vai renegociar nesse processo de reestruturação financeira. A ideia é voar cada vez mais com aeronaves de última geração”, explicou.

Segundo a companhia, as devoluções visam otimizar as operações com menor custo, com modelos novos, mais econômicos, que seriam incorporados enquanto contratos de leasing (aluguel de aeronaves) seriam encerrados.

‘Sem impacto para clientes’ e ‘sem demissões’

Segundo o vice-presidente da Azul, o processo de recuperação judicial não terá impacto para os clientes e a operação seguirá normalmente, sem nenhuma alteração.

“A empresa já ingressou no seu processo de reestruturação e a nossa operação segue normal. Tudo será honrado em relação aos nossos clientes. A empresa segue operando com o nosso valor número 1 que é a segurança. Nada será afetado em relação à segurança dos clientes”, disse.

Além disso, Campos garantiu que a empresa não prevê, mesmo com a recuperação judicial em curso, fazer pacotes de demissão em massa. “Nossa prioridade é 100% esse processo nos Estados Unidos, mas não prevemos nenhuma ação de corte, como demissões, por exemplo”, pontuou.

Reduzir dívida e gerar caixa

A Azul informou que o objetivo da medida é reduzir significativamente o endividamento da companhia e gerar caixa.

Segundo a aérea, o processo de recuperação nos Estados Unidos “permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira”.

A empresa também destacou que a medida conta com o apoio de seus principais stakeholders, incluindo detentores de títulos, sua maior arrendadora, a AerCap, e os parceiros estratégicos United Airlines e American Airlines.

Pandemia, cadeia de suprimentos…

Em comunicado aos investidores, John Rodgerson, CEO da Azul, atribuiu as dificuldades financeiras da companhia à pandemia de Covid-19, às turbulências macroeconômicas e aos problemas na cadeia de suprimentos da aviação.

Em nota, o Ministério dos Portos e Aeroportos disse que “acompanha com atenção o processo de recuperação judicial da companhia aérea Azul”.

O governo acredita que a reestruturação será bem-sucedida, como ocorreu com outras empresas do setor, como Latam e Gol. O ministério reforçou que segue monitorando o setor aéreo e oferecendo apoio institucional às companhias.

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Problemas recentes

“Não vou continuar voando onde estou perdendo dinheiro. Então, como qualquer empresário, você aloca seus recursos da melhor forma possível”, disse na ocasião.

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Avião da Azul decola do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. — Foto: Ricardo Moraes/ Reuters

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