Entenda o que é insuficiência venosa crônica, diagnóstico do presidente Donald Trump
Após ser diagnosticado com insuficiência venosa crônica em julho, os novos hematomas na mão do presidente Donald Trump agora são consequência de uma irritação na pele causada por aspirina e excesso de cumprimentos, segundo a Casa Branca.
Mas aspirina pode causar reações na pele?
✅De acordo com a própria bula do remédio, sim! Reações alérgicas ou hipersensibilidade são um dos possíveis efeitos colaterais da aspirina.
Essas reações podem ser leves a moderadas e afetar, potencialmente, a pele, o trato respiratório, o trato gastrointestinal e o sistema cardiovascular.
👉Os sintomas cutâneos incluem:
Erupções na pele
Urticária
Inchaço
Coceira
Apesar de prevista na bula, um médico deve ser consultado em caso de reações indesejáveis a partir do uso do medicamento.
Hematoma na mão de Trump durante evento na Casa Branca em 25 de agosto de 2025
Reuters/Reprodução
Quadro de insuficiência venosa crônica
Em meados de julho, o presidente dos EUA já havia sido diagnosticado com insuficiência venosa crônica, condição que se caracteriza por uma lesão nas veias da perna que não permite que o sangue flua normalmente.
Quando há algum tipo de dano nas veias inferiores, o fluxo sanguíneo não funciona como deveria, o que dificulta o retorno do sangue das pernas ao coração.
Armando Lobato, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), explica que a condição acontece principalmente por causa do mau funcionamento das válvulas venosas.
Trump é diagnosticado com insuficiência venosa crônica, diz Casa Branca
“As válvulas deveriam impedir o refluxo do sangue, mas acabam permitindo que ele retorne, o que aumenta a pressão nas veias e leva aos sintomas”, detalha o angiologista.
👉 Entre os principais sintomas do problema estão:
Formigamento
Dor
Queimação
Câimbras musculares
Inchaço
Sensação de peso ou de latejamento
Pernas inquietas
Cansaço das pernas e fadiga
Varizes
Mão de Trump em foto tirada no dia 15 de julho
REUTERS
A porta-voz do governo americano afirmou que Trump foi avaliado por seu médico devido a um inchaço nas pernas e hematomas nas mãos, e passou por exames e um ultrassom nas pernas.
Segundo ela, a insuficiência venosa crônica é “uma condição comum, particularmente em indivíduos com mais de 70 anos”.
Herik Oliveira, médico especialista em cirurgia vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), afirma que a doença é bastante prevalente, tanto em homens quanto em mulheres.
A idade avançada está entre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença, segundo os especialistas. A condição geralmente afeta pessoas com mais de 50 anos.
Além da idade, hereditariedade, obesidade, gravidez, uso de anticoncepcional à base de estrógeno e passar muito tempo em pé são fatores de predisposição à insuficiência venosa crônica.
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O que causa a insuficiência venosa crônica?
O quadro de insuficiência venosa crônica é causado por qualquer tipo de dano às veias inferiores.
As causas da doença se dividem em três tipos principais:
Congênitas
Malformação congênita nas veias das pernas, isto é, pessoas que já nascem com um problema nas válvulas das veias inferiores.
Primárias
Quaisquer alterações que impeçam que as veias funcionem como deveriam. Por exemplo, um alargamento da veia, que faz com que a válvula não se feche completamente.
Nesses casos, segundo Herik Oliveira, há um problema no sistema venoso superficial, algo que, normalmente, tem relação direta com os fatores de predisposição já citados.
Secundárias
Outros problemas médicos que têm como consequência o dano às veias das pernas. O principal culpado costuma ser a trombose venosa profunda, quando um coágulo sanguíneo danifica a válvula.
“As varizes secundárias são decorrentes de alteração no sistema venoso profundo, provavelmente em decorrência de uma trombose (uma obstrução da veia por um trombo ou um coágulo, ou em decorrência de um trauma)”, detalha Oliveira.
Tratamentos para a doença
Lobato explica que o tratamento depende do estágio da doença e pode incluir mudanças comportamentais, terapia de compressão e uso de medicamentos para alívio dos sintomas.
Caso essas medidas não sejam suficientes, o médico pode indicar algum tipo de procedimento cirúrgico para solucionar o problema.
🏋🏻As principais mudanças no estilo de vida indicadas são:
Elevação das pernas, método que ajuda a reduzir a pressão nas veias inferiores. A indicação, em geral, é que o movimento seja feito por ao menos 30 minutos, três vezes ao dia.
Prática de exercício físico, atividade que melhora o fluxo sanguíneo nas pernas. Isso acontece porque a panturrilha se contrai, à medida que a pessoa se exercita, e ajuda a bombear o sangue de volta para o coração.
Controle de peso, já que a obesidade é um fator de risco para as veias inferiores.
Já a terapia de compressão ajuda a aliviar o inchaço e desconforto nas pernas. Normalmente, recomenda-se o uso de meias de compressão, que também ajudam na melhora do fluxo sanguíneo.
Alguns medicamentos como antibióticos e anticoagulantes também são indicados em alguns casos para tratar infecções que possam ser desencadeadas a partir do quadro e prevenir a formação de coágulos sanguíneos.
Donald Trump com os tornozelos inchados na final da Copa do Mundo de Clubes da Fifa
REUTERS/Jeenah Moon
Aspirina pode causar irritação na pele como alega Trump para explicar hematoma na mão?
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