A federação PT, PCdoB e PV decidiu deixar nesta quarta-feira (26) a composição do maior bloco de partidos na Câmara dos Deputados.
A saída do “blocão”, formado para sustentar a eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) ao comando da Casa, foi efetivada dias depois de o governo sofrer uma derrota na eleição do comando da CPI mista do INSS.
Na última semana, lideranças aliadas ao Planalto atribuíram parte da reviravolta à participação de partidos na composição do bloco partidário, que também reunia, além da federação governista, o PL, União Brasil, PP, PSD, Republicanos, MDB, PDT, PSDB, Cidadania, PSB e Podemos.
Na avaliação eles, por conta da forma atual do “blocão”, deputados titulares que faltaram à sessão foram substituídos por parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os blocos parlamentares são formados por dois ou mais partidos para atuar conjuntamente na Câmara. Têm líderes em comum e influenciam, por exemplo, na distribuição de cargos e comando de comissões.
Na reunião que derrotou o indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ao cargo de presidente, quatro membros titulares do bloco estavam ausentes: Adriana Ventura (Novo-SP), Romero Rodrigues (Podemos-PB), Mário Heringer (PDT-MG) e Rafael Brito (MDB-AL) — os três últimos são aliados do governo.
Com a ausência, em seus lugares, foram computados os votos de três deputados do PL e de um parlamentar do PCdoB.
Para o governo, a manobra foi possível em razão da falta de clareza acerca da prioridade na substituição de titulares ausentes. Governistas dizem que, com este vácuo, os novos votos do PL sacramentaram a derrota de Omar Aziz (PSD-AM) e a eleição de Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente.
Segundo lideranças governistas, a saída do “blocão”, adiada por sucessivos meses, foi acertada para tentar evitar novas “surpresas” no Congresso com a substituição de aliados por oposicionistas.
Um líder do governo afirma que a “eleição do presidente não refletiu a composição da CPMI” e que “deputados do PL votaram em número maior do que a representação dos membros titulares”.
“Os votos deveriam ter sido colhidos de forma individualizada pelo partido”, diz.
– Esta reportagem está em atualização
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