Açúcar Cristal: Cotação em SP Atinge Mínima em 4 Safras

Açúcar Cristal: Cotação em SP Atinge Mínima em 4 Safras

Os preços atingiram o menor patamar das últimas quatro safras, indicam as análises do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da USP em Piracicaba (SP).

Flexibilidade das usinas e excedente global

📉No dia 22 de outubro, o Indicador Cepea/Esalq para o açúcar (cor Icumsa 130 a 180) fechou a R$ 112,02 para a saca de 50 quilos. Esse é menor patamar nominal desde o encerramento de abril de 2021.

“A pressão vem da maior flexibilidade das usinas em reduzir os valores de suas ofertas, especialmente quando a negociação envolve o tipo cristal Icumsa 180”, detalha o Cepea.

Pesquisadores ressaltam que projeções indicando excedente global têm resultado em queda nas cotações internacionais do açúcar demerara.

Etanol — Foto: Reprodução

Biocombustível

As cotações dos etanóis no mercado paulista fecharam os últimos dias outubro em alta. Pesquisadores do Cepea ressaltam que, apesar da desvalorização do petróleo, o etanol ainda deve seguir competitivo em SP.

“A sustentação veio sobretudo da postura firme de vendedores. Além disso, a proximidade do encerramento da safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul reforça o suporte às cotações”, aponta o Centro de Estudos da Esalq-USP.

Do lado do comprador

Do lado comprador, muitos continuaram afastados das aquisições, preferindo acompanhar os movimentos do mercado, após a redução do preço da gasolina A por parte da Petrobras, anunciada no último dia 20.

Entre 20 e 24 de outubro, o Indicador Cepea/Esalq do hidratado para o estado de São Paulo fechou em R$ 2,7527/litro, livre de impostos, ICMS e PIS/Cofins. A marca representa alta de 0,59% em relação ao período anterior.

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Para o anidro, o Indicador Cepea/Esalq subiu 1,07%, a R$ 3,1411 o litro, já par ao valor líquido de impostos.

Etanol: movimento de preços desde maio

Os preços, contudo, seguem estáveis no spot paulista no período. Veja cotações, abaixo e entenda movimento no mercado desde maio deste ano, na reportagem.

“Os valores ofertados por usinas para novos lotes atraíram distribuidoras. Ressalta-se que, nos últimos três anos, a quantidade comercializada de hidratado cresceu de setembro para outubro”, reforçam os pesquisadores do Cepea.

“Neste ano, especificamente, compradores também estão atentos aos menores estoques nas usinas frente aos de 2024, contexto que pode estar estimulando os negócios neste mês”, completam.

Cotações estáveis

Apesar do cenário de maior liquidez, levantamentos do Cepea mostram que as cotações seguiram estáveis no spot paulista. Os indicadores apontam ainda pequeno recuo nos preços, após altas registradas em setembro de 2025. Veja, abaixo.

⛽Entre 6 e 10 de outubro, o Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado para o estado de São Paulo fechou em R$ 2,7156 o litro, já livre de impostos como ICMS e PIS/Cofins, pequeno recuo de 0,4% sobre o período anterior.

⛽Para o anidro, a variação foi negativa em ligeiro 0,36%, com o Indicador Cepea/Esalq a R$ 3,1126 o litro, valor líquido de impostos.

Etanol hidratado

O movimento de sete altas consecutivas no preço do etanol hidratado começou a perder força na primeira semana de setembro em São Paulo. A demanda reduzida pelo biocombustível explicava a interrupção nos reajustes nas cotações, segundo o Cepea.

O indicador Cepea/Esalq do hidratado fechou em R$ 2,7813 o litro, sem ICMS e PIS/Cofins, entre os dias 8 e 12 de setembro. O valor equivale à desvalorização de 0,06% frente ao período anterior. Do lado vendedor, a participação foi tímida, com vendas pontuais.

“As distribuidoras realizaram pequenas aquisições fora do mercado paulista. Inclusive, o volume de hidratado captado no spot ao longo da última semana foi o menor da safra 2025/26. No comparativo anual, a quantidade negociada caiu pela metade, uma redução de 48,4%”, aponta o Cepea.

Anidro segue firme

O levantamento do Cepea mostra também que os preços do etanol anidro seguem firmes, mas o volume comercializado também foi restrito. O Indicador Cepea/Esalq fechou a R$ 3,274 o litro, sem considerar os impostos. Uma alta de 2,85%.

Quanto às exportações, em agosto, o total de etanol embarcado pelo Brasil somou 178,6 milhões de litros, 2,74% a mais que no mês anterior e se caracterizando como um recorde, de acordo com dados da Secex analisados pelo Cepea.

Cultivo da cana-de-açúcar no interior de São Paulo — Foto: Claudia Assencio/g1

Agosto e setembro

Em setembro, o Indicador Cepea/Esalq mensal do etanol hidratado fechou a R$ 2,7583/litro, uma alta de 3,25% na comparação com agosto deste ano.

Para o anidro (modalidade spot e contratos), a elevação foi de 4,33% no mesmo comparativo, com o Indicador a R$ 3,0999/litro. Em relação a setembro de 2024, na comparação anual, o Indicador do hidratado se valorizou 10% e o do anidro, 7,32%, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-M de setembro).

“As negociações seguiram limitadas em setembro. Compradores mostraram menor interesse frente ao atual cenário de fraco desempenho das vendas dos biocombustíveis no segmento varejista. Na posição dos vendedores, alguns participaram de maneira mais efetiva, mas boa parte continua fora do mercado spot”, afirma o Cepea.

Julho: menor volume de vendas

O volume de etanol hidratado – álcool comum utilizado para abastecimento de veículos – vendido na primeira semana de julho no Estado de São Paulo foi o menor da safra 2025/26, que começou em 1º de abril deste ano.

A quantidade, em litros, foi de quase 20 milhões a menos, representando uma queda de 40,4% quando comparado ao período anterior.

O Cepea aponta que os compradores de etanol se mantiveram abastecidos com as compras feitas em semanas anteriores e, por isso, se afastaram do mercado, que é quando a entrega da mercadoria é imediata com pagamento à vista.

Já os agentes de usinas, por outro lado, guiados pelos estoques de combustível reduzidos, mantiveram os valores pedidos na maior parte dos casos.

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Queda nos preços perdeu força em junho

O preço do etanol hidratado registrou quinto período de queda consecutivo no mercado spot do estado de São Paulo, quando a entrega da mercadoria é imediata com pagamento à vista, na primeira quinzena de junho de 2025.

📉De 9 a 13 de junho, o Indicador Cepea/Esalq, o etanol hidratado fechou em R$ 2,5 o litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), ligeira queda de 0,35% frente ao do período anterior. O Indicador Cepea/Esalq do etanol anidro fechou a R$ 2,9 o litro, no valor líquido.

Pesquisadores do Cepea indicam, porém, que o movimento de recuo no valor do biocombustível perdeu a força. “Isso porque muitos vendedores estiveram mais firmes nos preços pedidos”.

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🌧️As chuvas em regiões produtoras dificultaram as atividades agrícolas e, consequentemente, a moagem nas indústrias, contexto que reduziu o volume disponível no spot na época.

✈️A valorização do petróleo no mercado internacional e o aquecimento da demanda, diante da proximidade do feriado desta semana, também deram certa sustentação aos preços do etanol no spot paulista.

Preço do etanol é o mais alto para o mês de setembro desde 2021 no estado de São Paulo

Maio: maior queda da safra

Levantamento do Cepea mostrou que o preço do etanol hidratado caiu com mais força na última semana de maio devido ao aumento da oferta.

As chuvas registradas em algumas regiões de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul paralisaram pontualmente as atividades nas unidades industriais, mas com pouco efeito sobre as cotações.

De modo geral, pesquisadores do Cepea explicam que a postura de demandantes foi de cautela. Em especial no fechamento do mês, as filas de retiradas de etanol nas usinas diminuíram.

De 26 a 30 de maio, o indicador Cepea do hidratado fechou em R$ 2,6100 o litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), recuo de 2,83% no comparativo ao período anterior – foi a maior queda da safra 2025/26.

Para o anidro, o indicador Cepea/Esalq caiu 1,62%, a R$ 3,0564/litro, valor líquido de impostos (sem PIS/Cofins).

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