&

&

➡️ Comissão Europeia e Conselho Europeu

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o bloco está preparado para tomar as medidas necessárias para proteger seus interesses e que vai “seguir trabalhando para alcançar um acordo até 1º de agosto”.

“Poucas economias no mundo se comparam ao nível de abertura e de respeito às práticas comerciais justas da União Europeia”, acrescentou.

“Tomaremos todas as medidas necessárias para proteger os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se for preciso.”

O presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, afirmou que a UE permanece “firme, unida e pronta para proteger [seus] interesses”.

“Tarifas são impostos. Elas alimentam a inflação, criam incerteza e prejudicam o crescimento econômico. Continuaremos a construir parcerias comerciais fortes em todo o mundo”, disse Costa, que preside as cúpulas europeias como chefe do conselho de líderes nacionais.

O gabinete da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que Roma apoia plenamente os esforços da Comissão Europeia.

Ela reiterou que é “fundamental manter o foco nas negociações”, uma vez que a maior polarização pode fazer com que seja mais difícil chegar a um acordo.

Já o primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, disse que a tarifa “preocupante” e que não é o caminho a seguir.

“A Comissão Europeia pode contar com todo o nosso apoio. Como União Europeia, devemos permanecer unidos e firmes na busca por um desfecho com os Estados Unidos que seja mutuamente benéfico”, afirmou em rede social.

Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, em discurso durante cúpula da Otan, em 24 de junho de 2025. — Foto: John Thys/AFP

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, disse que a taxação por parte dos EUA vem mesmo após várias semanas de negociações entre o país e a UE, destacando que o governo da Suécia lamenta a decisão do presidente norte-americano e apoia o desejo da Comissão Europeia de continuar negociando uma solução.

“A UE está preparada para responder com contramedidas severas, se necessário. No entanto, todos perdem em um conflito comercial intensificado, e são os consumidores americanos que pagarão o preço mais alto. A Suécia defende o livre comércio e a cooperação internacional”, afirmou em publicação no X.

Já o primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris, disse que a carta é “profundamente lamentável”. “A escalada não ajuda. […] A UE permanece à mesa, unida na busca por uma solução justa”.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, disse que a abertura econômica e o comércio criam prosperidade, enquanto “tarifas injustificadas a destroem”.

“É por isso que apoiamos e continuaremos a apoiar a Comissão em suas negociações para chegar a um acordo com os EUA antes de 1º de agosto. Unidos, os europeus formam o maior bloco comercial do mundo. Usemos essa força para alcançar um acordo justo”, afirmou.

O Ministério da Economia do México, por sua vez, afirmou que recebeu a carta enviada pelo republicano com as novas tarifas e destacou que o país continua a negociar com os EUA.

“O grupo de trabalho com os EUA buscará alternativa antes de 1º de agosto para proteger empresas e funcionários”, afirmou em nota oficial.

Associações, economistas e indústria se posicionam

A BDI da Alemanha, associação da indústria do país, pediu negociações urgentes para resolver a guerra comercial crescente.

“O anúncio do presidente Trump é um sinal de alarme para a indústria em ambos os lados do Atlântico”, afirmou o membro do conselho executivo do BDI, Wolfgang Niedermark, em comunicado.

“O BDI apela ao governo alemão, à Comissão Europeia e à administração dos EUA para que encontrem soluções o mais rápido possível em um diálogo objetivo e evitem uma escalada”, completou.

Já a associação automobilística alemã (VDA) alertou sobre os custos crescentes para montadoras e fornecedores.

“É lamentável que haja uma ameaça de uma nova escalada do conflito comercial”, disse a presidente da associação, Hildegard Mueller.

“Os custos para nossas empresas já estão na casa dos bilhões — e a soma cresce a cada dia”, disse ela, observando que os fornecedores também foram significativamente afetados pelos impostos de importação.

O economista-chefe do Instituto de Assuntos Internacionais e Europeus, Dan O’Brien, disse que uma tarifa de 30% sobre produtos da UE destinados aos EUA teria um “efeito significativo de destruição comercial”.

“A ameaça de responder a qualquer retaliação tarifária da UE com um aumento adicional e equivalente em pontos percentuais na tarifa americana é altamente provocativa. As chances de um conflito econômico mais amplo entre a UE e os EUA aumentaram”, disse.

O Banco Comercial de Hamburgo, por sua vez, afirmou que o anúncio das tarifas é uma má notícia para a UE e significa um grande fardo para a indústria de exportação, “já que os EUA são o destino de exportação mais importante fora da UE”.

“A UE deve adotar uma linha dura nas negociações, porque os cálculos dos modelos mostram que as tarifas contra a UE têm um efeito negativo mais forte nos EUA do que na zona do euro”, disse o economista-chefe da instituição, Cyrus de la Rubia.

“Trump está ignorando o fato de que o impacto econômico, na forma de inflação mais alta, taxas de juros mais altas e crescimento mais lento, provavelmente só será sentido após um certo atraso”, completou.

*Com informações da agência de notícias Reuters

Postagens relacionadas

Ex-Prefeito de Betim – Vittorio Medioli Rebate reportagem.

Tarifa de Trump afeta exportação de mel do Piauí

Agro brasileiro aciona diplomacia para conter impacto de tarifas de Trump